Vinho da Casa

Safra 2024 promete novidades após um inverno quente e colheita antecipada

Do litoral ao interior, os vinhateiros descrevem cenários muito parecidos

A vindima nas regiões Sudeste e Centro-Oeste vem chegando ao fim nesta primeira quinzena de agosto. A colheita abre espaço para o trabalho nas cantinas. Repletas de uvas, apontam para os novos vinhos que serão preparados. Trabalho que terá certos desafios, porque o inverno deste ano impôs condições fora do padrão: mais quente e seco do que nos anos anteriores. O resultado da safra 2024 terá características singulares. E isso não quer dizer que percam em qualidade!

Do litoral ao interior, os vinhateiros descrevem cenários muito parecidos.  Na 1300 Estate, com sede na Fazenda Barra do Sertão, em Cunha, entre montanhas e pertinho do mar, a vindima foi antecipada, assim como bem mais para dentro do interior de São Paulo e Minas Gerais. Por ali, onde sopra a brisa do mar, o produtor Adriano Iwata afirma que a colheita manteve equilíbrio entre qualidade e quantidade.

Em Itobi, a Casa Verrone precipitou a colheita entre 15 e 20 dias. Lá, o vinhateiro Márcio Verrone observou também menos amplitude térmica. “Quanto à produção de açúcar não há o que falar, continua sendo de guarda devido ao álcool produzido. Com menos amplitude térmica, pode reduzir o complexo aromático”, explica.

É justamente sobre os aromas das uvas que Leodir Ribeiro, da vinícola Alma Galiza, na Fazenda Bagadá, atenta. “A uva maturou em um período menor, antecipou bastante a colheita. Com isso, temos percebido que está com aroma menos herbal do que o costume, mas com uma qualidade excepcional”, afirma o vinhateiro, que, assim como na Casa Verrone, teve redução na quantidade produzida, mas manteve a qualidade.

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Enquanto a tendência das garrafas safra 2024 vai se delineando, o resultado de 2023 está pronto para consumo. E, mesmo que haja uma tendência na região, há surpresas pelo caminho.  A Cave Das Vertentes, na mineira Santo Antônio do Amparo, lançou o Ver.te Syrah Essência: um vinho frutado, com aromas de ameixa, compota e corpo médio. Saindo um pouco do padrão Syrah de inverno que, geralmente, é mais estruturado e encorpado. “Mudamos desde o processo de colheita até a vinificação e a levedura selecionada para obter um vinho com mais frescor e aromas frutados”, explica o sócio-fundador da vinícola, Bruno Caetano Franco.

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