Vinho da Casa

Onda de calor: rosé é o equilíbrio entre frescor e leves taninos

Símbolo de momentos felizes, festa e férias, virou exemplo para a vitivinicultura mundial

Produzido no Sul da França há mais de dois mil anos, o vinho rosé foi caindo em desuso em detrimento dos vinhos tintos. Até que, no século passado, novas leis trabalhistas francesas ampliaram os direitos às férias pagas. Isso levou os trabalhadores das grandes capitais às ensolaradas praias do Mediterrâneo!

Assim, criou-se a mística em torno desses rótulos, típicos da Provence ou Provença (em português), região de paisagens variadas, mas com predominância de clima quente, seco, com muitas horas de sol e complementado pelo vento Mistral – frio e seco. É feito a partir das castas Grenache, Cinsault e Syrah, são límpidos e frutados, com aromas e sabores de notas minerais, flores frescas, frutas cítricas e exóticas.

Símbolo de momentos felizes, festa e férias, virou exemplo para a vitivinicultura mundial. Porém, assume características próprias em seus diversos campos de produção. Na Espanha, a emblemática Tempranillo é a uva central em diversas receitas, com rótulos premiados das regiões de Navarra, Cigales, Rioja e Leon. Em Portugal, a Touriga Nacional aparece em vinhos rosados produzidos no Alentejo, como o tradicional Herdade do Esporão Monte Velho, com notas de frutos vermelhos, sobressaindo morangos e framboesas.

E, pode acreditar, até a Malbec entra na dança na Argentina. Entre os 10 mais bem pontuados no Guia Descorchados está o Viña las Perdices (Rosé de Malbec Classique 2023), de Luján de Cuyo, Mendoza.

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Em meio a uma das maiores ondas de calor que vemos no Brasil, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) anuncia como novidade um rosé de Syrah a partir da colheita de verão, ao contrário de quase toda a produção mineira, que é de dupla poda com colheita no inverno. O vinho é maturado por um curto período em tanques de inox, apresenta aromas de frutas, como morango, framboesa e cereja, além de notas maduras de ameixa.

Assim como a Epamig, a empresa Amitié vem produzindo vinhos a partir de uvas produzidas em diferentes estações do ano. Sua linha Colheitas conta com os três tipos de viticultura nacional: tradicional, tropical e de inverno. Um deles é o Amitié Colheitas Tempranillo, rosé de coloração vibrante e límpida que expressa a viticultura tropical, cultivada no semiárido do Vale do São Francisco. E, assim como seus pares, traz aromas de frutas vermelhas, como morango e framboesa. Na boca, é frutado e refrescante, com acidez equilibrada.

Como um tira-teima da versatilidade da vitivinicultura no Brasil, a Amitié cruza o território nacional e produz o Rosé Merlot, com uvas da Serra Gaúcha. E, mesmo em terroir diverso, apresenta características em comum: é refrescante, tem aromas marcantes de frutas frescas, acidez e corpo médios.

Este equilíbrio, entre os aromas frutados e a leve presença dos taninos, faz com o leque de harmonizações seja gigantesco, das saladas à culinária japonesa e tailandesa, chegando a queijos e pratos com frango. Mas se quiser fazer à francesa, leva para a praia bem geladinho e brinda com o sol. Santé!

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