Vinho da Casa

Em meio ao barroco de suas ladeiras, Ouro Preto lança 1º rótulo de vinho fino

Lançamento da Quinta de Glaura deu a largada para uma nova região vitivinícola no cenário mineiro

Durante os preparativos da Semana Santa, com as ruas repletas de religiosos na véspera do Domingo de Ramos, a Quinta de Glaura lançou o primeiro vinho fino de Ouro Preto. Havia clima de festa no ar. Foi essa a atmosfera que invadiu o Centro Cultural Palácio D’ouro, um complexo arquitetônico restaurado, do século 18, com vista para as luzes do casario colonial e as colinas pontilhadas de igrejas.

Embalado por uma dupla de músicos no violoncelo e na flauta, era o cenário próprio para toda a proposta sensorial e visual barroca da vinícola, que alia a qualidade dos vinhos da Dupla Poda com os elementos históricos na cidade.

Produzidos no distrito homônimo, pelo casal Elcy Caldas e Valace Portella, seguindo protocolos do enólogo chileno Mário Geisse e tem Thiago Hunoff como residente. Com DNA mineiro, os dois primeiros rótulos são varietais de Syrah, a casta francesa emblemática do vinho de inverno. Os 1,2 hectares ficam na porção sul da Cordilheira do Espinhaço, a mais de 1.100 metros acima do mar, com clima tropical de altitude de verões frescos e chuvosos e invernos secos.

O Topázio Imperial Rosé 2024 e o Gemas de Ouro Preto Syrah 2024, além de serem os pioneiros da região, trazem no rótulo impresso nas garrafas os elementos da sua origem: o dourado simbolizando o ouro, fonte de riqueza desde os tempos da antiga Vila Rica, as cores da pedra rosada e do azul da nobreza, emoldurado pelas rocalhas, símbolos que remetem aos estilos Barroco e Rococó.

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Com aromas de frutas brancas e cítricas, o Topázio (12,8% de graduação alcoólica) traz na taça acidez marcante e equilíbrio. Harmoniza com culinária que mescla salgado e doce, mas também carnes brancas, saladas e queijos frescos. A coloração do vinho rosado, com tons de laranja, remete ao dégradé do Topázio Imperial, gema característica de Ouro Preto. Mais uma coincidência feliz.

No tinto, 13,4% de graduação alcoólica com coloração rubi brilhante, o olfato traz frutas negras silvestres como amora, ameixa e mirtilo, assim como especiarias tal como pimenta preta, além de cacau em pó e um toque mineral. Tem potencial de guarda de até cinco anos, é encorpado e mantém a acidez equilibrada, ideal para acompanhar pratos de sabores intensos, como carne vermelha e os queijos curados, combinações quase óbvias quando se trata de gastronomia local.

Além da Syrah, outras duas castas, Marselan e Cabernet Franc, também vêm se desenvolvendo sobre o solo franco argiloso e devem trazer novidades em breve na produção dos rótulos.

O lançamento da Quinta de Glaura deu a largada para uma nova região vitivinícola no cenário mineiro e mais um vinhedo está sendo plantado. Será no Vila Galé Collection Ouro Preto, hotel da rede portuguesa que tem inauguração prevista para o mês de maio. Implantado no antigo Colégio Dom Bosco, no distrito de Cachoeira do Campo, terá cerca de oito hectares do seu gigante terreno dedicado à plantação de vitis vinífera, o que trará ainda mais força para o cenário do enoturismo local.

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