Vinho da Casa

Portugal bebe mais, exporta mais e aposta cada vez mais no Brasil

Esse é um motivo de celebração para quem trabalha no setor

A indústria de vinhos de Portugal tem lá suas peculiaridades. Na contramão da tendência mundial, o país consumiu mais vinho em 2024. Um número 10% superior em relação a 2023. Enquanto o resto do mundo registrou uma queda de 3,3% no mesmo período. É um motivo de comemoração para quem trabalha no setor.

Mas os fatores positivos que vêm de lá não são apenas de cunho econômico. Décimo país em área plantada, segundo levantamento da Organização Internacional da Vinha e do Vinho, divulgado no primeiro semestre deste ano, Portugal vem ganhando muita diversidade nas áreas cultivadas, mesmo com uma pequena queda na produção. Os estudos apontam redução na ordem de 8,2%, atribuídos a diversos desafios climáticos, como seca, geadas tardias na primavera e chuvas intensas no verão.

Apesar da queda, no ano passado, o país registrou um aumento no volume de exportação de 8,7%, atingindo 3,5 milhões de hectolitros, e um crescimento em valor de 4,5%, totalizando cerca de um bilhão de euros. O resultado se deve ao excelente desempenho em todas as categorias de produtos, com exceção do vinho em Bag-in-Box.

Aliada à qualidade do produto, várias iniciativas, como o evento Vinhos de Portugal, realizado entre Rio de Janeiro e São Paulo, ajudam a divulgar grandes marcas e turbinar as vendas. Assim como a nova edição da Prova Vinhos de Portugal, em Belo Horizonte.

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Além disso, há várias iniciativas para que os números de exportações sigam com viés de alta. Uma delas foi a degustação para profissionais do setor, promovida pela Câmara de Comércio Atlântico Sul, com sede em Portugal. O foco foram produtores ainda sem representação no Brasil. Sim, eles existem. E são muitos!

Entre as novidades, há também muita qualidade e alinhamento com os anseios do mercado. Uma delas foi a Quinta das Arcas, vinícola com 200 hectares cultivados na região dos Vinhos Verdes. Seu Conde Villar Alvarinho, branco, cítrico e mineral, vem numa garrafa alta, estilo Alsácia.

“A procura tem crescido em nível mundial, em mercados como a Rússia, Japão e os Estados Unidos, porque é fresco, jovem, fácil de beber e com teor alcoólico mais baixo”, explica Marta Ribeiro, representante da Quinta das Arcas, confirmando o que vem se estabelecendo como a tendência contemporânea.

Outro que seguiu na mesma linha foi Fernando Marinho, da Quinta dos Miramontes, uma vinícola familiar de produção orgânica, que vem se adaptando e modernizando. Além da linha de brancos e rosé, apresentou um aromático Pétillant Naturel.

Da vinícola Marthas’s vem a ideia de usar o Moscatel do Douro para fazer drinques, como o Spritz, e até utilizando chope. É isso mesmo: vinho com cerveja. Segundo os produtores, é possível criar várias misturas com o Moscatel, para momentos informais.

Mas há espaço para clássicos lusitanos vindos da sub-região do Baixo Corgo, também no Douro, como os vinhos Vendaval. São grandes tintos tranquilos de cortes tradicionais, com muita fruta, corpo e bastante tanino para a passagem por barricas.

De norte a sul, a impressionante variedade de terroirs da terrinha está cada vez mais presente no mercado brasileiro. Seja na salinidade atlântica ou nas montanhas da Beira interior, às margens rio Douro ou no imenso Alentejo, os vinhos portugueses estão cada vez mais atrativos ao paladar brasileiro.

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