Vinho da Casa

Produtores brasileiros de vinho apostam, cada vez mais, na leveza e no frescor

Conheça a história de três jovens que fundaram a vinícola Otto, na Serra Gaúcha, e vêm ganhando espaço no País

Já aconteceu na sua casa de uma receita que deu errado ficar ainda melhor do que o esperado? Essa é parte da história dos três jovens que fundaram a vinícola Otto, na Serra Gaúcha.

Em 2011, começaram a vender vinhos na Adega Refinaria Terroirs do Mundo. Cinco anos depois, decidiram produzir o próprio rótulo. Compraram uvas Chardonnay de cooperativas de produtores locais e levaram para a Empresa Brasileira de Vinificações, a EBV, em Caxias do Sul. Em 2019, na festa de oito anos da loja, retiraram antecipadamente 40 garrafas deste primeiro rótulo, um espumante Nature Sur Lie, planejado para ser um espumante Extra Brut nos 10 anos, em 2021.

Não acreditaram que o vinho estivesse na sua plenitude e, à época, não era tão comum Sur Lie no mercado. Mas, no dia seguinte à festa, já tinha gente querendo comprar o produto. As 12 mil garrafas do Sur Lie deram a largada para o novo empreendimento, a vinícola Otto (oito em italiano, referência à ascendência do trio e ao tempo da sociedade).

Sem plantação, sem cantina e com muita criatividade, a Otto é fruto do sonho em fazer vinhos leves. E seguir uma tradição familiar, já que André, Fabiano e Gisele têm um sobrenome muito comum na Serra Gaúcha: Valduga.

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Desde que os primeiros Valduga pisaram por lá, há 150 anos, vêm produzindo alguns dos melhores vinhos do País. Além da mais famosa, a Casa Valduga, eles estão por toda parte: Vallontano, Torcello, Casa de Madeira, Dom Cândido, Marco Luigi, Terragnolo e por aí vai! Cada uma com sua natureza e espírito próprios, se encontrando na excelência do produto.

Os três jovens chamaram a atenção de uns tempos pra cá por terem apostado numa tendência, a refrescância dos vinhos, o que os levou a um reconhecimento que, até então, só os mais velhos tinham.

Em 2022, veio a Medalha de Ouro no Brazil Wine Challenge pelo varietal Viognier. No ano seguinte, passaram a frequentar, ao lado dos veteranos da família, a lista dos melhores do Brasil no Guia Descorchado com 5 rótulos.

Em 2024, o Viognier voltou a constar entre os 15 melhores vinhos do guia referência sul-americano. Além dos espumantes, é um branco que se destaca, o que pode ajudar a quebrar a resistência do brasileiro que, em 70% das vezes, ainda privilegia e escolhe os tintos. Opção que não faz sentido num país tropical!

Até porque são muitas as opções e os estilos. Só no Descorchados este ano há 15 rótulos para provar e trazer para os dias quentes de verão que estão chegando por aqui. Entre eles, dois sobrenome Valduga: o Terroir Exclusivo Riesling 2023 (Casa Vadulga) e o Talise Sauvignon Blanc 2023 (Vallontano).

E muitos outros gaúchos, como o Naturo Torrontés 2022 (Valparaíso vinhos e vinhedos) e opções da Adolfo Lona (Serra Gaúcha), Arte da Vinha (Monte Alegre do Sul), Audace Wines (Vale dos Vinhedos), Guatambu (Campanha Gaúcha), além de dois rótulos da Luiz Argenta (Flores da Cunha).

Não só as gaúchas têm destaque para os brancos. Da IP Vinhos de Altitude de Santa Catarina saem garrafas maravilhosas. O destaque do guia foi o Vivalti Sauvignon Blanc 2022. E, como não poderia faltar, um Sauvignon blanc de Minas Gerais, o Sacramentos Sabina da Serra da Canastra.

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