Vinho da Casa

ProWine se consolida como referência em vinhos

Empresa reuniu 15 mil visitantes e 1.500 marcas, em meio à repercussão dos casos de intoxicação por metanol

Na semana da principal feira do País para vinhos e destilados, o setor enfrenta um de seus momentos mais difíceis. Realizada no Expo Center Norte, em São Paulo, a ProWine reuniu 15 mil visitantes e 1.500 marcas, em meio à repercussão dos casos de intoxicação por metanol.

A contaminação começou justamente em São Paulo, uma coincidência muito triste para um mercado que lida com o lazer, a felicidade e a celebração.

O consumo de vinho no Brasil já é baixo, pouco acima de dois litros por pessoa ao ano – muito menor que a média europeia ou argentina, por exemplo. É ainda um mercado em construção. Em um País de cervejeiros, sabe-se muito pouco sobre particularidades de castas e cultivos, métodos de vinificação e diferenças básicas entre estilos, como branco, rosado, tinto ou laranja.

Em sua defesa, é preciso dizer: o vinho está muito longe de ser o protagonista desta crise. As bebidas em questão são destilados, como gim e vodca, que só causaram tamanho estrago na saúde pública por terem sido adulteradas por criminosos.

As perspectivas de consumo de vinho no País são promissoras. Um levantamento da Ideal BI Consultivo aponta tendência de alta no mercado nacional, após os resultados do primeiro semestre, com movimento de R$ 3,9 bilhões e a venda de mais de 110 milhões de garrafas. O inverno mais severo também ajudou na escolha do consumidor.

Para seguir na trajetória de crescimento, a informação será fundamental. É possível transformar a crise em oportunidade para fortalecer a cultura e a confiança.

A ProWine reforça essa imagem e se consolida como o maior polo de informação sobre vinhos no País. Sua primeira edição aconteceu em 2019, quando reuniu produtores de cerca de 15 países. Ganhou força após a pandemia, com o aumento do consumo nacional de vinho.

Neste ano, trouxe rótulos de 36 países de cinco continentes. Foi muito além dos tradicionais, como Argentina, Chile, Portugal, França e Itália. Havia vinhos da Ucrânia, mas também da Armênia, Bulgária, Chipre, Geórgia, Moldávia e Polônia.

Os vinhateiros brasileiros também ampliaram a participação, com presença 15% maior do que nos anos anteriores. Havia cerca de 200 marcas nacionais, vindas de 10 estados e do Distrito Federal – da Bahia a Santa Catarina, passando por Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Muitas dessas vinícolas se apresentam em grupos que valorizam a identidade de suas regiões, como Vinhos dos Altos Montes (Flores da Cunha e Nova Pádua), Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos), Vinhos de Altitude de Santa Catarina, Vinhos do Vale do São Francisco, SindVinho de Minas e Anprovin, da dupla poda.

Tamanha diversidade mostra o interesse pela comercialização no Brasil e que a expansão já bate à porta. Para além da preocupação imediata com a emergência de saúde pública, há um caminho a percorrer. Que as autoridades identifiquem rapidamente os culpados.

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