Um “road movie” entre vinhedos e muitas taças
A história da Casa Geraldo parece novela. E Carlos Geraldo poderia ser o protagonista. Não porque desempenhe papel mais importante que seus dois sócios e irmãos, Michel e Luís Henrique. Juntos, formam o equilibrado trio na vinícola familiar, localizada em Andradas, Sul de Minas, que produz mais de 60 rótulos, entre vinhos finos de colheita de inverno, espumantes, vinhos de sobremesa e de mesa, destilados e sucos.
Carlos Geraldo comanda a mais completa atração da fazenda, o “Passeio do Enólogo”, que embarca os visitantes numa charmosa jardineira da década de 70. Ali, ele é o Carlinhos.
Ao longo de oito horas, durante uma manhã e uma tarde inteiras percorrendo a propriedade, narra casos de família, descreve as instalações, adianta planos futuros e, claro, faz degustações. Muitas degustações. São tantos rótulos que nem todo mundo consegue contabilizar até o final. É preciso foco para vencer todo o roteiro.
O pano de fundo histórico que acompanha a saga da família é muito parecido com outros relatos da vitivinicultura nacional. Mas Carlinhos faz o turista rir até de tragédia ao relatar que seu avô, o imigrante italiano que fundou a vinícola, morreu dentro de uma cuba de elaboração da bebida. Hoje, os netos comercializam a memória do primeiro Geraldo no rótulo batizado de Alma, um varietal branco de Sauvignon Blanc, aromas de frutas cítricas e tropicais, como maracujá, goiaba e graviola, com um final herbáceo, característico da variedade.
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O passeio do enólogo é bem instagramável. Há tempo para posar pelas videiras cheias de uvas e testar cenários representativos como o formado pelo imenso jatobá, árvore que batiza um dos ícones da vinícola, o tinto varietal Syrah, um vinho aveludado, com acidez leve e equilibrada, par perfeito de queijos amarelos duros.
Ao longo do tour, são oferecidas também harmonizações. Na provinha dos espumantes, bandeja de frutas e chocolate. Com a linha Signature, tábua de queijos, embutidos e frios. Na cozinha gourmet, vieram canapés quentinhos para degustar os mais que especiais Mantis, de Cabernet Sauvignon, e o Liberdade, de corte bordalês. Em seguida, os turistas ainda visitam a área de fabricação, cruzam um longo túnel e chegam até as barricas. Ao final, é servido o almoço no restaurante.
Entre as instalações, há uma loja de produtos próprios e espaços para casamentos, eventos corporativos, Réveillon e festas italiana e portuguesa. O cardápio de passeios é variado e volta e meia tem novidade. Até voo de balão já teve por lá. A ideia da família é transformar a Casa Geraldo na Disneylândia do vinho. E eu não estou inventando, foi o Carlinhos que contou.
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