Vinho da Casa

Vinho branco não precisa ser ‘azedo’

Vinhos brancos são geralmente mais ácidos que os tintos, mas essa é justamente a graça

Outro dia, um amigo pediu ajuda para ‘aprender a beber vinho branco’. Segundo ele, tudo o que prova parece ser muito azedo. Ele não deixa de ter razão de que os brancos são geralmente mais ácidos que os tintos, mas essa é justamente a graça! Para escolher um vinho gostoso, equilibrado e de acordo com o seu paladar, é preciso trilhar alguns passos.

O primeiro deles é banal. Na maioria das vezes, o vinho branco mais barato do mercado é um vinho um tanto desequilibrado. No jargão, o vinho de entrada é produzido em larga escala para ser vendido rapidamente. É o que dá giro ao negócio e, portanto, mais simples. Nos chilenos, que inundam nossas gôndolas, é comum ter a pirazina, que é o gosto do pimentão verde.

O segundo fator fundamental para a escolha é a casta. Há diferenças marcantes entre rótulos de Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Grigio, por exemplo. O primeiro tem realmente muita acidez e desenvolve sabores herbáceos. É comum serem varietais, feitos em cubas de metal, para consumo ainda jovem. Podem lembrar de limão a maracujá. Nas regiões de Sancerre e Puilly-fumé, na França, são produzidos ícones desta casta.

A versátil Chardonnay é o caminho para quem busca aromas e sabores menos cítricos. Amplamente difundida, dá em vários tipos de clima, da Borgonha na França passando pela Califórnia, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Chile e no Brasil, minha gente!

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Nos lugares mais fresquinhos, resulta em acidez alta, corpo ligeiro/médio e sabores de frutas como maçã e pera. Quando cultivado em clima moderado, têm acidez média e sabores de frutas como pêssego e melão. Nos climas quentes, tem muito corpo, acidez média e sabores de frutas tropicais.

Mas o método empregado na fabricação também interfere no paladar. Um vinho branco que passa por barrica de madeira ganha corpo e sabores, como baunilha, coco e fumo. Geralmente, essa informação está no rótulo, muitas vezes em inglês, os oaked wines.

Da região vitivinífera de Chablis, na Borgonha (França), saem algumas das garrafas ícones de Chardonnay e, na minha opinião, todo mundo deveria um dia experimentar. Mas, dá para garimpar bons rótulos brancos, tanto de Chardonnay quanto Sauvignon Blanc, do Valle de Casablanca, no Chile. Com um dinheirinho a mais, vale degustar os brancos das vinícolas de Margareth River (Austrália) e do Marlborough (Nova Zelândia). No Brasil, o Sul produz Chardonnay de muito boa qualidade e a região dos vinhos de inverno tem alguns do Sauvignon Blanc mais bem avaliados do País.

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