Conheça a casta ícone de Portugal que tem conquistado as regiões de vinhos de inverno no Brasil
Se você ainda não comeu hoje, cuidado. O texto abaixo pode te deixar com água na boca. Fome de carnes de caça ou queijos azuis. Tudo causado pela propagação da uva Touriga Nacional em território brasileiro. Casta ícone de Portugal, vem se desenvolvendo bem no Brasil e produzindo garrafas com potencial gigante de harmonização. Inclusive com uma instituição bem brasileira: o churrasco de fim de semana.
Na tradicional Serra Gaúcha, a vinícola artesanal Zanella Back, em Antônio Prado, produz um varietal de aromas frutados com destaque para a europeia cereja e especiarias, como cominho e pimenta branca. No paladar, remete a mais fruta, com um final de boca prolongado. Para o vinhateiro Alberto Zanella é vinho ideal para harmonizar com carne de cordeiro.
Zanella nos sugere cordeiro porque está no Rio Grande do Sul. Quiosques e restaurantes de Pernambuco próximos ao Vale do Rio São Francisco, onde a casta também se expressa muito bem, servem o Rio Sol Gran Reserva Touriga Nacional com outro espeto muito saboroso e tradicional na região: de bode.
Outra frente da Touriga Nacional está na fazenda Mundo Novo, onde fica a vinícola Alto do Gavião, na Zona da Mata mineira. Safra 2023, dois meses em barricas de carvalho francês de média tosta e de primeiro uso tem potencial de guarda de até 12 anos. É vinho perfeito para acompanhar queijos e carne vermelha. O vinhateiro Daniel Maia destaca ainda o corte de Touriga com Syrah, uma combinação que conheceu no Alentejo e está tendo bons resultados em Minas.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Na Rota dos Vinhos de São Roque, vamos encontrar o Góes Lotes de Coleção Touriga Nacional. Vinho tinto fino seco, de Colheita de Inverno, é aconselhado para acompanhar carnes na grelha. “Possui aroma de frutas negras como ameixa preta, framboesa negra e ligeiro mentolado. Tem retrogosto de cereja fresca (de novo ela!), boa acidez. Taninos finos e bom corpo médio”, como descreve o enólogo Fábio Góes.
O giro só termina mesmo no Centro-Oeste. Na vinícola Casa Moura, em Nazário, a 50 quilômetros de Goiânia, o enólogo Marcos Vian afirma que a escolha da casta é referência à viticultura portuguesa, além da boa adaptação em climas secos e de muito sol. O resultado é um vinho com notas florais, frutas negras e especiarias, uma tanicidade natural e um caráter de amêndoa amarga, que resulta em grande estrutura e potencial de guarda.
Ouça a rádio de Minas