Paulo Beirão, um cientista na Academia Mineira de Letras
Formado em medicina, mestre e doutor em biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio Lacerda Beirão fez pós-doutorado pela Universidade de Leicester, no Reino Unido, e é professor titular aposentado do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de onde receberá, no mês de maio, o título de professor emérito.
Pesquisador associado à Universidade da Pensilvânia, idealizou um importante grupo de eletrofisiologia, reconhecido no Brasil e no exterior, e responsável pela formação de vários profissionais de destaque em universidades nacionais e estrangeiras. Vocacionado para abrir caminhos, foi um dos fundadores do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH Tec) e do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG (Ieat).
De forte espírito associativo e gregário, presidiu a Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular e a Sociedade Brasileira de Biofísica. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Toxinologia, é conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Membro da Academia Brasileira de Ciências, foi diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pró-Reitor de Pesquisa da UFMG e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
De trato ameno, elegante e cordial, Paulo Beirão vem de família conhecida, respeitada e admirada em todo o Estado. Filho do saudoso Dr. Nirlando Beirão (que por anos presidiu a Fundação CDL pró-Criança) e de dona Leda, é irmão dos excelentes jornalistas Nirlando (de saudosa memória) e Nereide Beirão, ambos de reputação nacional. Agora, com a eleição para a Academia Mineira de Letras (AML), sua família ficou maior…
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Fundada por Mendes de Oliveira, tendo como patrono o inconfidente Thomaz Antônio Gonzaga, a cadeira 34 em que Beirão será empossado também teve como ocupantes o deputado Noraldino Lima, o poeta Nilo Aparecida Pinto, os juristas Afonso Arinos de Melo Franco, Gérson de Brito Mello Boson e Orlando Vaz Filho, além do inesquecível presidente Juscelino Kubitschek.
Instituição tradicionalmente aberta a representantes de múltiplas áreas de atuação, no modelo da Academia Francesa, não é a primeira vez que a Casa de Alphonsus de Guimaraens recebe um expoente do mundo da ciência. Pelos quadros da AML também já passaram nomes como Hilton Rocha e Francisco de Assis Magalhães Gomes, além de médicos como Eduardo de Menezes (seu primeiro presidente), Zoroastro Vianna Passos, Paulo Pinheiro Chagas, Sylvio Miraglia e Ângelo Machado. Hoje, além de Paulo Beirão, dois outros acadêmicos são egressos da área biomédica: Manoel Hygino dos Santos e Jota Dangelo.
No ano em que celebramos o centenário de Cesar Lattes, nada mais adequado que promover, proteger e divulgar o pensamento científico e o trabalho incansável dos cientistas brasileiros. Não há sociedade civilizada que prescinda das luzes da ciência e dos rumos seguros e saudáveis que ela pode apontar. Com a eleição de Paulo Beirão, a Academia Mineira de Letras faz uma homenagem a todos os cientistas do Estado e do País e uma reverência à contribuição que eles prestam para o desenvolvimento econômico e social e para a ampliação do bem-estar e da qualidade de vida do povo brasileiro.
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