Web3: será que ela pode tornar o mundo um lugar melhor?

Luiz Octavio Gonçalves Neto*
Participei do Web Summit Rio 2023, maior conferência de inovação do mundo, realizada pela primeira vez no Brasil. Ali tive a oportunidade de falar para entusiastas da tecnologia para discutir um tema importante que tem o potencial de moldar o futuro do nosso mundo. Web3: Será que ela pode tornar o mundo um lugar melhor?
Ao mergulharmos nesta emocionante questão, gostaria de lembrar que nós, as pessoas, somos, em última análise, aqueles que determinam como empregamos e utilizamos os recursos à nossa disposição. A Web3, frequentemente chamada de internet descentralizada, é uma revolução tecnológica que visa transferir o equilíbrio de poder das autoridades centrais para os indivíduos.
É uma infraestrutura com potencial para transformar indústrias e empoderar pessoas de todas as esferas da vida. Mas, como acontece com qualquer inovação, a própria infraestrutura é agnóstica quanto ao resultado que produz.
Ela não é inerentemente boa nem inerentemente má; é apenas uma ferramenta. E cabe a nós, como membros da sociedade, decidir se queremos usar esta ferramenta para construir um mundo melhor ou perpetuar os desafios que enfrentamos atualmente.
Enquanto a gente pondera o potencial da Web3, devemos nos fazer algumas perguntas difíceis: como a gente pode garantir que essa nova infraestrutura seja empregada de forma ética e responsável? Como vamos evitar repetir os erros do passado e, em vez disso, aproveitar a Web3 para promover a transparência, inclusão e colaboração?
A resposta mora no nosso compromisso coletivo com valores éticos e na busca de um objetivo comum: melhorar o mundo em que a gente vive. Devemos promover o diálogo aberto, fomentar a cooperação entre as diversas partes interessadas e trabalhar ativamente para eliminar as desigualdades que assolam nossos sistemas atuais.
Um dos aspectos mais promissores da Web3 é seu potencial para democratizar o acesso à informação e aos recursos. Ao eliminar barreiras e promover interações de igual para igual, podemos empoderar indivíduos e comunidades a criar, compartilhar e prosperar.
Imagine um mundo onde comunidades podem colaborar e desenvolver projetos que atendam diretamente às suas necessidades, livres de restrições burocráticas. Um mundo onde os cidadãos podem participar dos processos de governança e tomada de decisão, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e suas preocupações sejam abordadas.
Para concretizar essa visão, a gente deve investir em educação e alfabetização digital, capacitando as pessoas com as habilidades e conhecimentos necessários para navegar e aproveitar o poder da Web3. Também devemos criar ambientes propícios à inovação, fomentando a colaboração entre empreendedores, pesquisadores e formuladores de políticas.
Ao olharmos para o futuro, vamos abraçar as possibilidades que a Web3 apresenta. Temos a oportunidade de redefinir a maneira como interagimos uns com os outros, reformular indústrias e instituições e criar um mundo mais igual, transparente e colaborativo.
Dito isso, eu volto na abertura dessa conversa e vou inverter a pergunta. Você pode usar a web3 para criar um mundo melhor?
*CEO e fundador da Dux
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