Opinião

Comerciante: a vida da cidade

Comerciante: a vida da cidade
Crédito: Adão de Souza-PBH

Dentre todas as datas comemorativas do calendário, o Dia do Comerciante, celebrado neste 16 de julho, é uma das mais importantes. Afinal, o setor é uma das maiores forças da economia mundial. No Brasil, segundo o Mapa de Empresas do Governo Federal, são 4.867.489 empresas de comércio varejista em atividade. Em Belo Horizonte, são quase 33 mil estabelecimentos comerciais que, junto com o setor de serviços, é responsável por 72% do PIB e gera mais de um milhão de empregos. Ou seja, o varejo é o pulmão da nossa economia e tem uma importância crucial para o desenvolvimento econômico e social da cidade.

Na CDL/BH costumamos dizer que se o comércio vai bem, a cidade vai bem. E é a dedicação diária dos lojistas que faz com que nossa Capital seja a terceira mais importante do País em força econômica. O impacto que o setor provoca é vital e isso foi comprovado durante os longos meses em que as lojas ficaram fechadas durante a pandemia. Não foram apenas estabelecimentos e empregos perdidos. Nossas ruas perderam a graça.

E por falar em pandemia, sabemos o quanto ela transformou nossas vidas e com o comércio não foi diferente. Ela acelerou a digitalização dos estabelecimentos, popularizou novas formas de pagamento e, sobretudo, estreitou os laços entre comerciante e consumidor. A crise sanitária deu vida a um novo cliente e a um novo lojista.

Ainda que as novidades sejam irreversíveis, sabemos que o que é bom nunca morre. E uma das boas peculiaridades do comércio de nossa cidade é harmonizar o novo com o tradicional. O cliente encontra à sua disposição novas tecnologias, experiências inéditas e modernas ferramentas que auxiliam na compra. Porém, o bom e velho atendimento presencial, seguido por aquela prosa despretensiosa junto ao balcão, permanece vivo.

A prova disso são lojas centenárias ou com, pelo menos, meio século de vida que estão em atividade e seguem não apenas mantendo um ótimo relacionamento com os clientes mais antigos, mas também conquistando novas gerações. Casa Falci, Drogaria Araujo, Casa Salles, Loja Elétrica, Casa Pérola, Betina e tantas outras que constroem a história do comércio da capital e, porque não dizer, da própria cidade.

O dia a dia de Belo Horizonte, desde sua criação, está entrelaçado com o comércio varejista. Nesses quase 125 anos, vimos a cidade evoluir, viver transformações sociais, econômicas e culturais. Em comum com todos estes momentos um comércio presente e atuante. Homens e mulheres que dedicaram, e ainda dedicam, a vida à arte de vender e, principalmente, se relacionar com o público.

Felizmente, temos a alegria de poder dizer que os comerciantes de nossa cidade enxergam além da compra e venda. Eles sabem de sua importância social e, por isso, sempre que é preciso atendem às demandas da comunidade e ajudam a transformar realidades. São parceiros de programas como a Campanha Sinal Vermelho, de combate à violência contra a Mulher, do Programa Emprego e Trabalho, que promove a inserção de jovens aprendizes no mercado de trabalho, do Projeto Afeto, que doa enxovais para as mães que têm seus bebês no Hospital Sofia Feldman. São apenas três dos muitos projetos da CDL/BH que nossos associados participam ativamente.

Por todos esses motivos, falar do comércio e, em especial do comerciante, é motivo de muito orgulho. A CDL/BH, há 62 anos, acompanha ativamente a história e a luta desses profissionais que batalham por uma cidade mais próspera e desenvolvida. Sabemos que não é uma tarefa fácil, tampouco uma meta que será atingida a curto prazo. Mas, o que vivemos até aqui, nos dá a certeza de podermos comemorar.

Celebrar o Dia do Comerciante é também celebrar a esperança, a capacidade de recomeçar, a força do trabalho, o amor por nossa cidade e a crença de que Belo Horizonte ainda tem grandes histórias para contar e viver e que, certamente, o comércio será um dos protagonistas.

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