Opinião

Como você encara os imprevistos?

Como você encara os imprevistos?
Crédito: Divulgação

É tão bom quando temos controle de tudo em nossa vida; não é verdade? Porém, durante a nossa jornada, sabemos que é praticamente impossível ter previsibilidade sobre o que nos rodeia, mesmo porque muitos acontecimentos não são de nossa responsabilidade e envolvem a interação com outras pessoas. No mundo dos negócios, é cada vez mais frequente a falta de previsibilidade. Crises, pandemia e outras situações inesperadas ocorrem, e é preciso maturidade emocional, resiliência, atitude e ação para conseguirmos criar caminhos.

Essas circunstâncias inesperadas nos obrigam a sair da zona de conforto, aquele lugar no qual ficamos presos, por meio de uma corda imaginária, para nos mantermos estáveis e nos sentirmos seguros. Essas situações podem, inclusive, chegar a nos golpear de forma tão forte que ficamos paralisados, sem saber o que fazer ou como agir para lidar com os imprevistos. E como já sabemos, a zona de conforto pode parecer ótima, mas não nos leva a lugar algum.

Planejar não nos dá a garantia de sabermos exatamente o que vai ocorrer, mas é um importante suporte para direcionar ações. Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo gato Cheshire a Alice: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. A vida, por si só, é imprevisível. E querem saber? Ainda bem! Já pensou que chato seria se a gente soubesse o que vai acontecer em 100% do tempo?

Então, eu pergunto: como você encara os imprevistos? Eles te causam irritação, medo ou angústia? Se você passar a ver os acasos como oportunidades de aprendizado, o modo mental de lidar com aquilo até muda. Imprevistos podem promover oportunidades. Na pior das hipóteses, ensinam sobre como administrar melhor a rotina. Por isso, autoconhecimento é tão importante. Ajuda, inclusive, a compreendermos, detalhadamente, como nos portamos diante do inesperado. Outra dica fundamental é não se cobrar tanto – já somos cobrados por todos; e somos seres humanos, ou seja, falhos por natureza.

Aconteceu algo que você não previa? Tente analisar de que maneira pode sair dessa situação. Quem pode lhe ajudar e qual o melhor caminho a seguir? Nesses momentos, é preciso decisão e, sobretudo, calma. Quanto mais maduro você se torna, mais entende que há coisas que simplesmente não estão em nossa incumbência resolver. Lembre-se de que a vida pede leveza. Em tempos de pandemia, foram e ainda são necessárias a adaptabilidade, a flexibilidade, dar conta de multitarefas, saber organizar o tempo, manter a produtividade, ter equilíbrio e inteligência emocional. O que funciona hoje, amanhã poderá estar obsoleto; logo é preciso desaprender e aprender coisas novas, com abertura mental. Algumas ações tomadas anteriormente deram certo, mas hoje, se aplicadas, podem não funcionar; não é verdade? Por isso é necessário mudar e inovar constantemente diante de tantos desafios e imprevistos.

Além disso, com o passar dos anos, aprendemos coisas novas e é praticamente impossível sermos sempre iguais. Mesmo aqueles mais reticentes às mudanças não conseguem se manter inalteráveis ao logo do tempo. Como bem sabemos, o conhecimento traz competitividade, pois proporciona ampliarmos nossa visão de mundo, criando embasamento sobre variados temas. Com ele, ganhamos maior fluidez em diversos fóruns de discussões. Hoje, com o processo de aprendizagem facilitado e com o mundo cada vez mais digitalizado, buscar novos conhecimentos não é tão complexo assim.

Segundo o pensador norte-americano Alvin Toffler: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. Sendo assim, é preciso manter viva nossa capacidade crítica e nossa abertura para desconstruir conceitos arraigados. A certeza é algo que pode aniquilar carreiras. Atualmente, e cada vez mais, será preciso cocriar novos caminhos.

Nunca foi tão fácil encontrar a informação e desencontrá-la. A era digital traz o fenômeno da “infotoxicação”, ou seja, a intoxicação pelo excesso de informação. Ao mesmo tempo que, sem atualização, suas ferramentas ficarão ultrapassadas e você poderá se tornar obsoleto. Os profissionais terão cada vez mais que se estimular para aprender, desaprender e reaprender, levando isso como um processo contínuo. Como sabiamente disse Aristóteles, “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.”

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