Opinião

Competitividade como prioridade

Competitividade como prioridade
Foto: Reprodução

As restrições impostas pela pandemia nos colocaram diante de um arsenal de dificuldades e desafios. Em graus diversos para os diferentes atores.  Por outro lado, foram criadas oportunidades, novamente, mais para uns do que para outros, que até trouxeram resultados excepcionais e inesperados para quem melhor identificou e se estruturou na nova realidade. Aparentemente, oportunidades conjunturais. Todavia, vem se delineando uma oportunidade estrutural, de reorganização das cadeias produtivas, em função dos transtornos provocados pela excessiva concentração da produção de muitos bens em poucos países.

Os dados da nossa balança comercial, no ano passado, refletem bem o inapto do custo Brasil na competitividade da indústria de transformação, sem dúvida o setor mais afetado. Apesar de o País ter alcançado um superávit comercial recorde de US$ 61 bilhões e uma cifra inédita na exportação, de US$ 280 bilhões, a balança dos produtos manufaturados apresentou déficit de US$ 53 bilhões, reflexo de uma concentração crescente da nossa pauta de exportações em bens primários.

A recuperação da competitividade da economia, em setores em que não temos vantagens comparativas internacionais naturais, mas que têm potencial elevado de contribuir para o aumento da produtividade, passa necessariamente pela redução do custo Brasil.

Entre as mudanças necessárias a destacar, a reforma tributária, para simplificar a caótica estrutura de impostos no país, que custa caro às empresas e afasta investidores, e a reforma administrativa, para transformar uma máquina pública obesa e lenta em um Estado forte e ágil.

Importantes conquistas estruturantes foram as reformas da Previdência no atual governo e a Trabalhista no governo anterior. Mesmo que não tenham abarcado toda a mudança que o País precisa, representaram sem dúvida avanços a comemorar. E temos que ter maturidade suficiente para evitar que o calor de uma campanha política não alimente ideias de retroceder nessas conquistas, fruto de ampla mobilização da sociedade

A prioridade deve ser o aumento da competitividade do País, para resgatar a força que o Brasil já teve nas cadeias produtivas de maior valor agregado. A pandemia soltou mais um cavalo encilhado que está passando. Vamos conseguir montá-lo?

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