Conservar a água e o solo

Quem define as chuvas, escassas ou abundantes, é o “Ciclo hidrológico,” que foi formado há milhões de anos no planeta Terra e resulta de um processo que abriga sinergicamente centenas de condicionantes geográficas, continentes, mares, oceanos, cobertura vegetal primária e plantada, geleiras, ventos, formação de nuvens, calor solar, evaporação, precipitação, bacias hidrográficas, desertos, semiáridos, usos múltiplos da água no campo e nas cidades, incluindo-se também agricultura irrigada, energia hidrelétrica e vias navegáveis.
E mais, numa dimensão do planeta Terra a oferta regular de água doce, sem subestimar a salgada, é indispensável para produzir alimentos in natura e processados, e no abastecimento do comércio, indústria, agroindústria, serviços, bem como uso domiciliar, dessedentação dos rebanhos de pequenos e grandes animais, geração de energia limpa, fruticultura e horticultura, entre outros.
As bacias hidrográficas rurais são as grandes paisagens coletoras de chuvas por suas malhas hídricas, mas lembrando a poluição atmosférica oriunda da emissão de monóxido de carbono emitido pelos milhões de veículos automotores que circulam pelas cidades e estradas!
E os solos agrícolas e não agrícolas? São resultantes da decomposição das rochas matrizes que lhes deram origem ao longo de milhares e milhares de anos pela ação persistente de processos químicos, físicos e biológicos, que ocorrem em todos os quadrantes do planeta Terra! São fenômenos naturais, complexos, salvo aquela erosão praticada pelo homem nas suas relações com a natureza e acarretando sequelas econômicas, sociais e ambientais.
O mundo natural é pura Ciência & Tecnologia, e paisagens abertas e desafiantes para cientistas e pesquisadores ou medir para conhecer e compartilhar saberes. A literatura sobre solos é vasta, consistente e acessível no Brasil nos “Centros de Ciências Agrárias,” e na Embrapa Solos.
Quais os tipos de erosão? Erosão pluvial, transformação do relevo terrestre pela ação das chuvas; erosão fluvial causada pelos rios ao longo de seus cursos; erosão oceânica ou marinha, que resulta do embate das águas salgadas nas áreas litorâneas dos oceanos e mares; erosão glacial, devida aos movimentos das geleiras sobre a crosta terrestre; erosão eólica, provocada pelos ventos, que é o ar em movimento; erosão antrópica pela ação do homem sobre a natureza, principalmente o solo, pelos atuais 8 bilhões de habitantes da Terra.
Sem boas práticas conservacionistas mais erosões, regra geral, com seu corolário de consequências adversas no campo e nas cidades! A sustentabilidade é complexa e também queimadas e desmatamentos são componentes de um cenário socioeconômico e ambiental muito mais abrangente do que se poderia presumir, o que determina exemplar cooperação internacional e investimentos!
Além disso, ninguém segura a água no pé do morro e seu considerável poder de destruição, principalmente nas chuvas de grande intensidade e num período curto de tempo: 100 milímetros de chuvas são 100 litros de água por metro quadrado ou 1 milhão de litros de água por hectare ou em 10 mil metros quadrados. Na agricultura, estima-se que 96% da água volte ao “ciclo hidrológico.” Assim posto, embora esses temas sejam vastos e polêmicos, a redução dos passivos ambientais exigem bilhões de dólares mundo afora.
Os processos erosivos determinam perdas de nutrientes contidos nos solos e nas adubações, comprometendo recargas hídricas, cobertura vegetal, e alterando a fauna e flora, resumindo: a biodiversidade!
Acrescentem-se mais esses desdobramentos: entupindo progressivamente as calhas dos córregos, riachos e rios, reduzindo as vazões médias, provocando enchentes, elevando custos de tratamento da água, invadindo terras agrícolas que produzem alimentos nas baixadas, provocando grande prejuízos materiais e ceifando até vidas humanas, preciosas. Essas questões ambientais sinérgicas estão colocadas à mesa para ações mitigadoras nos países ricos, remediados e pobres.
Em nível mundial, “33% do solos agrícolas estão degradados e afetam diretamente 3,2 bilhões de pessoas, e 95% da produção de alimentos vêm das terras cultivadas. Além disso, 25% das espécies vivas residem nos solos; um metro quadrado de solo contém bilhões de organismos e milhões de espécies, por exemplo, que decompõem a matéria orgânica do solo, controlam a dinâmica do carbono orgânico e tornam disponíveis os nutrientes para as plantas” (FAO/ONU/Embrapa Solos).
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