Opinião

Cortina de fumaça

Cortina de fumaça
Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

“As magnas questões nacionais estão ausentes dos acalorados debates políticos da atualidade.” (Antônio Luiz da Costa)

Ultrapassada (?) a efervescente discussão em torno da extravagante proposta de alteração no sistema de votação eleitoral, proposta essa rechaçada pela consciência cívica nacional, eis que o Planalto volta à carga com uma outra questão, igualmente desprovida de bom-senso. O intento visível é promover, mais uma vez, agitação nos arraiais político-administrativos.

 O anúncio do encaminhamento, ao Senado, de queixa-crime envolvendo ministros do STF, numa tentativa de impedir que exerçam suas funções institucionais, não passa, claro está, de mais um estratagema no sentido de desviar os olhares da opinião pública das questões de magnitude. Questões que, neste momento, atormentam pra valer a gente do povo, em todos os segmentos comunitários. A situação desenhada representa, na verdade, uma “cortina de fumaça” visando desfocar atenções do inimaginável drama dos já quase 600 mil casos fatais de Covid, parte deles provocada pela ineficiência gerencial na condução do processo de combate à pandemia, conforme está sendo flagrantemente documentado na CPI do Senado. Outro problemaço “inconveniente”, que às rodas palacianas desagrada ver constantemente inserido nas pautas das discussões é o da danosa estagnação econômica, com seus impactantes desdobramentos sociais.

Aos analistas dos acontecimentos políticos não padecem dúvidas quanto ao fato de que, rejeitada, como fatalmente não deixará de ser, mais essa esdrúxula proposição, alguma outra situação qualquer será trazida para discussões públicas acaloradas. O que importa mais é desviar as atenções dos temas cruciais, sobretudo das pessoas menos informadas e desavisadas.

Deplorável, muito deplorável tudo que vem rolando no pedaço. Mergulhada em crises de toda ordem, a sociedade constata, desolada, que nos escalões decisórios superiores ninguém cuida da elaboração de um grande projeto nacional de desenvolvimento. Ninguém cogita da mobilização das forças com capacidade criativa e empreendedora à volta de programas de trabalho, de planos de atuação que favoreçam a retomada urgente do crescimento econômico. Ninguém enfatiza a possibilidade do aproveitamento, com engenhosidade, zelo e competência, do esplêndido potencial de riquezas que o País oferece, de maneira a assegurar, a curto, médio e grande prazos, padrões de bem-estar coletivo condizentes com as virtualidades de seu povo.

Vez do leitor. A propósito do artigo “Um livro escrito por corações amorosos” (DC, edições de 5 e 7.08), recebi do Coronel Klinger Sobreira de Almeida esta mensagem: “Caro amigo Vanucci, em meu nome e de Sílvia, sinceros agradecimentos. A publicação de seu prefácio, além de constituir instrumento de difusão da obra, faz emergir para o público um texto de elevada erudição, que a enobrece, e honra os autores.”

Sobre o artigo “O poeta e o programa infantil” (DC 20.7), recebi as mensagens abaixo. Orlando de Almeida: “Caro mestre, voltei ao passado com o seu artigo sobre o programa infantil que embalava as manhãs de domingo da inesquecível PRE-5. E me emocionei com todo o relato, rico de nomes de saudosa memória, muitos dos quais de minha convivência na juventude. Belíssimo o poema sobre o Negro. De destacar ainda, as considerações sobre os moços de hoje, que, para mim, guardadas as devidas proporções e épocas em que foram ditas, devem ser refletidas. E finalmente, comungo com a reação indignada da sociedade brasileira que repudia as críticas sem qualquer fundamento feitas pelo Planalto ao processo do voto eletrônico.”

Arahilda Gomes Alves: “Lembrar a “infância querida, que os anos não trazem mais” nos programas infantis da E5, é descortinar o “salão grená” de priscas eras” no seu dizer inconfundível. A memória baila lépida e solta! Abraços, Arahilda”.

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