Opinião

Crédito as a Service – como as fintechs têm revolucionado o segmento

Crédito as a Service – como as fintechs têm revolucionado o segmento
Crédito: Freepik

O Credit as a Service (CaaS) é como o nome já diz, crédito como um serviço, ou seja, trata-se de uma forma de concessão de crédito personalizada, desenhada de acordo com as necessidades de cada cliente e que poderá ser ofertada ao seu público-alvo. Desta forma, por meio de plataformas tecnológicas de CaaS, varejistas, marketplaces, adquirentes de pagamento e muitos outros parceiros podem criar produtos de crédito personalizados, com o uso de política customizada, obtenção de funding específicos e cobrança ao tomador, de forma totalmente alinhada e customizada para cada negócio.

Com essa nova maneira de conceder crédito, as fintechs conseguem auxiliar inúmeras empresas a oferecer um novo serviço aos seus clientes. O que torna isto mais interessante é que as organizações já possuem todo conhecimento dos seus clientes, com mais informações que as instituições financeiras, e, a partir daí, conseguem construir uma oferta e condições muito mais atrativas e adequadas ao consumidor final. O fato de conhecer melhor seus clientes reduz o risco das operações de crédito, pois é possível definir melhores valores para o empréstimo, taxas e também saber qual é o produto mais adequado para o seu cliente. Tal assertividade permite uma inadimplência menor e garante uma maior proteção ao seu negócio.

Outro fator importante é a experiência e contextualização da contratação do crédito, e isso faz muita diferença. Com o CaaS é possível prover tal serviço com excelência ao consumidor final, alavancando as vendas e aumentando a fidelização dos clientes.

Mas, como tudo, há pontos que devem ter a atenção de quem pretende utilizar o CaaS, a começar por escolher bem quem fornecerá tal solução tecnológica. Além disto, outros fatores são relevantes, como: o nível de risco e a taxa de inadimplência a serem seguidos, as garantias atreladas ao crédito, o nível de segurança de dados que deve ser seguido, quem será seu provedor de crédito (funding) e a solidez deste provedor. Com temas como estes bem avaliados, as empresas mitigam riscos e conseguem criar um diferencial competitivo importante.

Neste segmento, as startups ofertam suas soluções, as instituições que concedem crédito conseguem tornar os processos mais ágeis e atualizar a base de clientes, e o consumidor, por sua vez, tem acesso às opções que são mais compatíveis com as suas características, para aderir às linhas de empréstimo.

Como podem ver, há muita tecnologia envolvida no processo. E isso graças às APIs das fintechs que possuem as tecnologias mais avançadas do mercado e oferecem para estas operações uma infraestrutura adequada, no que diz respeito ao operacional e também aos aspectos regulatórios.

Inadimplência e CaaS – Infelizmente, sabemos que a pandemia trouxe um panorama de maior risco e aumentou a inadimplência dos consumidores. Conforme o Serasa, em fevereiro de 2022, o segmento de bancos e cartões apresentou 28,63% de inadimplência, seguido pelos serviços de utilidade (23,19%), varejo (12,54%) e telecomunicações (7,43%).

Este cenário torna a concessão de crédito ainda mais desafiadora, sendo que está aliado à necessidade de se promover educação financeira pelas empresas que atuam no setor, para que o cliente obtenha crédito de forma sustentável. Ou seja, que consiga saldar sua dívida sem comprometer toda a sua renda.

O presente, o futuro e o crédito – O recente Distrito Fintech Report (2022) indicou que o mercado de crédito representa a segunda posição no ranking de ramos de atividade do segmento de fintechs, perdendo somente para meios de pagamentos.

E o CaaS é uma etapa da digitalização financeira, um processo natural de evolução do setor, no qual a tecnologia vai melhorar a usabilidade, pois corta caminho e elimina intermediários, conectando o cliente ao varejo diretamente, em uma oferta de crédito individualizada.

O futuro do setor, portanto, aponta para a democratização e ampliação do acesso ao crédito da população e, com isso, deve ganhar escala e capilaridade, pois atenderá as pessoas que não conseguem ter acesso ao crédito nos meios tradicionais de concessão.

E quem melhor do que as fintechs para continuar trazendo as soluções para as dores dos consumidores?

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