Cuidado com a festa de final de ano da empresa

Com a flexibilização do contato pessoal, após intensas restrições ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus, dezembro terá um sabor ainda mais especial para os profissionais. O mês é sempre marcado pelas confraternizações das empresas, que têm como objetivo promover um efeito motivacional, bem como agradecer pelos resultados obtidos ou proporcionar interação entre colegas de trabalho, líderes e liderados. É um momento para relaxar e curtir, especialmente neste ano, em que muitas pessoas ficaram em home office e alguns líderes sequer tiveram contato presencial com seus liderados. Portanto, torna-se ainda mais oportuno criar essa conexão, com um olhar estratégico e humanizado, porém alguns cuidados são fundamentais para evitar incômodos e até sérias consequências posteriormente.
Em primeiro lugar, é importante lembrar que, apesar de ser uma comemoração, com música e bebida liberada, usualmente, ela remete ao ambiente empresarial, reunindo pares e superiores. Assim, ficar atento às suas atitudes é primordial, pois você tem uma carreira e uma imagem profissional a zelar. E, se houver deslizes, haverá colegas de trabalho que, certamente, se lembrarão. Nesses eventos corporativos, é comum ver funcionários extrapolando na alegria e adotando comportamentos que não condizem com o esperado. É exatamente aí que mora o perigo: a diversão exagerada na festa pode se tornar um constrangimento no dia seguinte ou uma demissão, em casos mais sérios.
Então, algumas orientações são válidas para evitar esses problemas. Referente à roupa, não há regras rígidas sobre o que vestir, mas é preciso bom senso e se informar em relação aos trajes sugeridos. Ou seja, adequar-se ao contexto é sempre a melhor opção. Por exemplo, o uso de grandes decotes ou roupas muito curtas, para mulheres, e trajes extravagantes ou excessivamente informais, como a bermuda, para homens, podem não ter aderência ao ambiente da confraternização. Outro aspecto essencial é nunca exagerar nas bebidas alcoólicas para não passar vexame. Estar em um evento open-bar é uma tentação, entretanto, é preciso se impor limites.
Cuidado também com o “xaveco” com colegas de trabalho e lembre-se de que “as paredes têm ouvidos”: esteja atento para não passar o evento reclamando do líder ou da empresa, porque, além de se tornar o chato da festa, poderá ser ouvido por outros colegas. A ocasião é para festejar e brindar mais um ano que passou, e moderação é a palavra de ordem. Dessa forma, aproveite o momento para ser visto e conversar com pessoas que ainda não conhece ou com quem mantém pouco contato no dia a dia da empresa.
Ainda vale ressaltar que não apenas os colaboradores devem tomar certos cuidados nesses eventos. Por isso, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) e boa parte dos infectologistas recomendarem fortemente que eventos de maior porte não ocorram, as empresas que optarem por fazer alguma celebração deverão ter uma atenção muito especial e cautelosa, por causa do novo coronavírus, que ainda acomete muitas pessoas. A melhor opção continua sendo eventos menores e segmentados, evitando, assim, aglomerações.
Evidentemente, há números mais controlados em relação à Covid-19, mas não é possível flexibilizar totalmente os cuidados, para que o momento de festividade não custe caro, posteriormente, colocando, inclusive, a vida em risco. As organizações que têm mais colaboradores devem escolher espaços amplos e abertos, com boa ventilação, bem como orientar que todos estejam de máscara e que a retirem apenas na hora em que forem se alimentar. Da mesma forma, é necessário disponibilizar álcool em gel para higienização das mãos, além de apostar em pratos individuais. Também é prudente evitar, quando possível, os abraços e as aglomerações no local.
São pequenos cuidados para os quais as lideranças têm que estar atentas, pois são extremamente importantes para evitar até mesmo um retrocesso na saúde pública. O brasileiro é um povo festivo e alegre por natureza, que aprecia celebrar momentos, conquistas e obstáculos superados. No ambiente de trabalho, as dificuldades atingiram todos os setores, nos últimos dois anos, e não pouparam nem as relações entre empresa e colaboradores. Assim, é fundamental ter cuidado redobrado com aqueles que aceitaram o desafio de uma nova forma de trabalhar, com muitas incertezas, demandas redobradas e que, literalmente, abriram as portas de seus lares para levar o trabalho para casa.
Diante disso, mais do que nunca, as confraternizações devem ser organizadas com um olhar estratégico e, ao mesmo tempo, humanizado e criativo. Como tudo tem mudado atualmente, até as festas de final de ano precisam ser repensadas. Novos tempos, novas ações, sem esquecer que o principal intuito é exatamente aproximar as pessoas. O grande sofrimento ocasionado pela pandemia, sem contar as mortes, foi o isolamento social. Logo, o principal mote agora são relações e conexões, empatia, sintonia e harmonia. É assim que construímos empresas vencedoras, lideranças diferenciadas e liderados engajados, com vistas aos novos tempos.
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