Opinião

Cultura da felicidade ou gestão da infelicidade?

Cultura da felicidade ou gestão da infelicidade?

Definida como um “momento durável de alegria, contentamento e bem-estar”, a felicidade nas mais variadas esferas da vida é um tema que ganha cada vez mais importância em todo o mundo. No meio corporativo, não é diferente. Tanto que, neste momento em que é comum o debate sobre as principais tendências para o próximo ano, a construção de culturas corporativas mais felizes certamente pode ser apontada como uma das principais diretrizes das empresas. Organizações preocupadas em promover ambientes seguros, com bons relacionamentos, colaboradores saudáveis, equilibrados e com propósitos definidos, além de lideranças humanizadas, são aquelas que terão os impactos mais positivos na qualidade dos seus resultados. Então, é hora repensar o caminho e aprimorar metas e processos para 2023.

Nesse sentido, é essencial entender que falar em felicidade no trabalho não está diretamente relacionado à produtividade, mas, sim, à sustentabilidade. E que promover a satisfação e o bem-estar internamente não significa apenas adotar programas com esse intuito. Trata-se de um movimento contínuo na empresa, apoiado pela alta gestão, pelas lideranças e pelo setor de Recursos Humanos, pois precisa estar inserido nas diretrizes do negócio. Somente dessa forma é possível criar esse espaço de “felicidade corporativa”, com a construção de um modelo que cuida dos colaboradores e, comprovadamente, gera mais prosperidade para todos: pessoas e organização.

O desafio, no entanto, não é fácil, principalmente em meio a tantas pressões e obstáculos no dia a dia. Muitas vezes, exige uma grande transformação nos valores da corporação, com foco nos quatro pilares do Capitalismo Consciente: cultura consciente; liderança consciente; orientação para todos os stakeholders; e propósito maior. Este último ponto é reforçado por um grande psicólogo, Mark Twain, que afirma que os dois dias mais importantes para um indivíduo são o nascimento e aquele em que ele descobre o que veio fazer aqui (seu propósito de vida).

Então, gostar do que faz, estar motivado e estimulado, em meio a relações positivas, são aspectos fundamentais para evitar o vácuo existencial, a depressão, o estresse, a exaustão e o cansaço mental. Mas, atenção, se você ama muito seu trabalho, saber colocar limites, dizer “não” e fazer as pausas são posicionamentos inteligentes para cuidar da saúde física e mental.

O nível de felicidade no trabalho está relacionado à integração entre a vida pessoal e profissional. Ou seja, os gestores precisam olhar para além dos muros da empresa e dar atenção a quem trabalha, aos sujeitos de forma integral. Por exemplo, situações óbvias que precisam ser analisadas: contribuir para valorizar a qualidade do sono, da alimentação, da atividade física. Além de evitar os excessos, inclusive, de tarefas, entre outras particularidades importantes para que o funcionário esteja com alta imunidade, pronto para “correr as maratonas” e “fazer os gols” necessários. E, com a consolidação do home office, essa questão ganhou ainda mais relevância para as empresas.

Portanto, já que o novo ano se aproxima, minha sugestão é que todos nós, humanos, saibamos aprimorar e solidificar essa cultura da felicidade internamente, além de desenvolver a liderança humanizada, aquela que cuida das pessoas para que elas possam cuidar dos negócios. A chegada de 2023 é uma ótima oportunidade para refletir sobre esse tema e traçar metas mais conscientes, com criatividade e emoção. Se preciso, recomeçar. É realmente uma chance de motivar o time, trabalhar a esperança entre os colaboradores. Aqui, no sentido do verbo esperançar: sonhar, definir o que se quer e como irá alcançar. Afinal, você prefere criar as condições para a felicidade ou trabalhar a gestão da infelicidade?

Desejo a todos os leitores um feliz 2023!

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