Desafios da educação profissional no Brasil

A educação profissional é o modelo de aprendizagem com foco no desenvolvimento de competências e habilidades técnicas para o mercado de trabalho. Os cursos profissionalizantes têm grande valor para o desenvolvimento do país, pois formam e qualificam jovens e adultos para o trabalho em diversos setores econômicos.
No Brasil, a educação profissional precisa ser considerada uma das principais opções para melhoria da competitividade. Neste contexto, o investimento no ensino profissionalizante é imprescindível, porque permite a potencial retomada do crescimento econômico de forma contínua e num ritmo mais vigoroso, gerando a criação de melhores oportunidades de emprego e renda para jovens e adultos.
Com a recente reforma do ensino médio brasileiro, teve início um longo processo que visa alinhar o nosso sistema educacional às melhores experiências internacionais, por meio da flexibilização e da diversificação do currículo regular. Nações economicamente desenvolvidas já identificaram antecipadamente essa necessidade e realizaram grandes investimentos na educação profissional. Por exemplo, os países da União Europeia têm, em média, 50,4% dos estudantes do ensino médio também matriculados em cursos profissionalizantes. No Brasil, este índice é de apenas 11,1%, o que dificulta a inserção dos brasileiros no mercado de trabalho e influencia negativamente nossos níveis de produtividade e inovação.
Neste cenário de constantes mudanças tecnológicas e da cultura organizacional, é urgente preparar jovens e adultos para o mercado de trabalho. Por isso, a educação profissional precisa ser entendida como fator de promoção de desenvolvimento social e econômico mais sustentável e se fortalecida como um investimento do país no futuro, para que tanto o setor público, quanto o privado, possam ter cada vez mais profissionais qualificados para áreas estratégicas.
Porém, nosso País ainda enfatiza a necessidade de títulos e diplomas e não valoriza como deveria o profissional de nível técnico. No entanto, é importante destacar que a educação técnica precisa estar alinhada as necessidades dos setores produtivos, gerando desta forma a conexão entre a formação profissional e a passagem para o mercado de trabalho.
A Meta de Ensino Profissional de Nível Médio do Plano Nacional de Educação (PNE) determinou que a ampliação das vagas gratuitas aconteça nas redes pública ou privada. Contudo, mesmo cumprindo todas as metas do PNE no que tange à educação profissional, o número de vagas criadas não será suficiente para atender a demanda da população e as carências de profissionais nas diversas áreas. Neste sentido, a participação do setor privado na educação profissional, como é o caso das escolas profissionalizantes do Sistema S, é extremamente importante, pois o segmento é o responsável pela maioria das matrículas gratuitas nessa modalidade de ensino. O poder público é quem detém maior potencial de expandir vagas nas áreas mais vulneráveis do país, assim sendo, é essencial equilibrar a responsabilidade de ambas as partes.
Outro desafio é tornar a educação profissional mais atrativa para os jovens e mais conectada com a realidade e com práticas do mercado de trabalho do século 21. Segundo o Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa, mais de 15% dos jovens de 17 a 22 anos não estudam nem trabalham e a maioria deles não concluiu a Educação Básica. A desmotivação é a maior razão de evasão de quem abandona o Ensino Médio.
O desafio dos sistemas de educação e formação profissional é adaptar sua capacidade de resposta às necessidades do mercado de trabalho e da sociedade. É necessário que as políticas públicas na educação sejam efetivas para garantir o acesso e a permanência dos estudantes nos cursos, visando oferecer uma formação capaz de acompanhar as constantes mudanças tecnológicas e sociais.
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