Opinião

Diário do Comércio: um viajante do tempo

Diário do Comércio: um viajante do tempo
Crédito: Manoel Evandro

Em 11 de novembro de 1992, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou uma Reunião Especial em homenagem aos 60 anos de fundação do DIÁRIO DO COMÉRCIO. Há 29 anos, foi celebrada essa merecida homenagem, com a participação institucional dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário do Estado, da prefeitura de Belo Horizonte e da Universidade de Minas Gerais, bem como com a presença de diversas autoridades, civis e militares. Nomes e personagens, hoje históricos, viviam seu presente.

O Brasil, naquele período, vivenciando uma nova experiência democrática, experimentava uma nova Constituição e trazia, uma vez mais, as esperanças da realização do tão almejado sonho do progresso.

No pronunciamento que inaugurou aquela Reunião, naquele momento solene, muito se falou do importante papel da Imprensa, e do DIÁRIO DO COMÉRCIO, em particular, na construção do nosso País. Mas, de lá para cá, o que mudou? A tentativa de se responder a essa pergunta nos levará a uma breve viagem no tempo e a pontuar algumas curiosas questões. Afinal, repetindo, o que mudou? Aparentemente, tudo. Especialmente no campo das comunicações. Entretanto, para a imprensa especializada, como no caso desse Diário, pelo visto, as mudanças foram poucas. Isso no sentido de que a revolução dos meios de comunicação não diminuiu sua respeitabilidade, ou sua importância, em seu mister. Ao contrário. Enquanto a grande imprensa se viu atingida por verdadeiro tsunami, o que levou ao desaparecimento de veículos importantes, ou à queda vertiginosa de sua circulação física, ou mesmo ao surgimento de novos veículos, com diferentes perfis, os jornais especializados, por outro lado, continuam onde sempre estiveram: desfrutando de seu prestígio e senhores de seu espaço. Por qual razão?

Os novos meios de comunicação, representados pelo poder das redes sociais, são de tal ordem importantes que revolucionaram as relações sociais e a política, impondo um novo modelo de debate público e de campanha eleitoral. Entretanto, curiosamente, os assuntos apresentados em jornais especializados, onde há a preponderância dos fatos, dos dados, dos números, das projeções e estimativas sérias, não encontram concorrência nas redes sociais. E não se veem abalados pela difusão das tolas fake news, ou de mentiras diversas. Por qual razão? Porque, em geral, as informações macroeconômicas, de cunho financeiro, fiscal, ou voltadas para a decisão de investimentos, destinam-se àqueles que cuidam dos negócios e das atividades produtivas. São pessoas preparadas, focadas e bem informadas sobre o que fazem. Dificilmente se deixam levar por embustes. Sabedores disso, os jornalistas, que servem a esses veículos especializados, são igualmente preparados e atentos ao que escrevem, de modo a evitar erros grosseiros ou manipulações diversas. Tampouco, tais personagens podem se dar ao luxo de se aprisionar por paixões desmedidas, ou interesses mesquinhos, pois, de sua conduta, e de seu bom senso, depende o emprego de milhões de pessoas e a saúde econômica de inúmeros empreendimentos e empreendedores, das mais diversas atividades produtivas.

O DIÁRIO DO COMÉRCIO, instituição da imprensa especializada que se aproxima de seu centenário, enche de orgulho os mineiros e nos dá conforto. Pois podemos contar com a seriedade das informações que divulga. Seu exemplo de preparo, ponderação, cuidado e apego aos fatos deve servir como indicador para todos que pretendem viver a realidade, com equilíbrio e perseverança.

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