Digitalização financeira atrelada às práticas de ESG

Se o ESG deve permear as decisões das companhias, a digitalização financeira torna-se obrigatória para celeridade, acuracidade e critérios estratégicos na tomada de decisões
O ESG parece ser a sigla do momento. As diretrizes que promovem boas práticas de governança corporativa, social e ambiental são um bom indicativo sobre a cultura das companhias. Em finanças, o ESG começa a ser implementado e comentado ainda de maneira mais tímida, uma vez que culturalmente, o investimento com iniciativas pode ser visto como um contratempo para o lucro de uma companhia. Certamente um erro de interpretação que pode ser revisto. Uma empresa economicamente saudável e lucrativa pode, tem condições e deve contribuir de maneira sustentável com a sociedade e o meio ambiente.
É preciso entender o porquê de se investir em ESG e a relação do tema com as empresas mais atrativas para o mercado. Uma companhia que investe em ESG fortalece suas vantagens competitivas, uma vez que os stakeholders da cadeia produtiva estão cada vez mais conscientes e criteriosos na tomada de decisão. Isso vale não somente para os clientes, o primeiro agente em que pensamos, vale também para os colaboradores e demais parceiros de uma companhia.
Nesse contexto, os líderes devem se atentar à proposta do “Capitalismo de Stakeholders”, pois indica mudança no conceito de sucesso das companhias, não se limitando apenas à geração de lucro, mas que seja capaz também de incluir interesses de todos os stakeholders. Não se trata mais do foco em lucratividade, mas sobretudo em não perder diante dos riscos em ESG para o negócio.
Ainda sobre finanças, Larry Fink, CEO da BlackRock, cita que estamos à beira de uma mudança estrutural que implicará em muitas movimentações. E, para acelerar a transição a uma estrutura de negócios voltada ao ESG, a tecnologia deve ser um aliado concreto nessa jornada.
No Brasil, as mudanças com a digitalização financeira deram um salto nos últimos anos em que podemos citar o surgimento das fintechs como facilitadores da bancarização e do crédito, além de iniciativas do setor bancário para viabilizar o acesso às transações financeiras por um clique.
As soluções digitais se fizeram ainda mais necessárias com a pandemia e a velocidade de implementação está sendo um diferencial nesse período. Mudanças que levariam anos foram postas em prática em meses e a aceitação pelo público foi imediata, como o caso do Pix – Sistema de Pagamento Instantâneo, onde as empresas devem se adaptar para aceitar, processar e conciliar a nova modalidade de pagamento sem gerar impacto ao negócio.
Outro ponto importante, dado que o ESG deve permear as decisões das companhias, a tecnologia torna-se obrigatória para a celeridade, acuracidade e critérios estratégicos na tomada de decisões. Adicionalmente, em direção aos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil), a gestão financeira das companhias passa a ser um ótimo acelerador para encurtar a transição ao ESG. Não há como obter uma gestão financeira up-to-date e proporcionar transparência preventiva aos stakeholders sem o suporte de tecnologias para ver, prever e agir.
Tudo indica que adotar esse caminho é promissor e vantajoso para todo o ecossistema. Afinal, o melhor cenário – empresas lucrativas e realmente comprometidas com as práticas sustentáveis de ESG.
E vale lembrar que em um mundo atento e conectado, a atenção deve ser redobrada para que não haja discordância entre a “teoria” e a “prática”, como o ESG-washing. Os danos de ser apontada como uma empresa que não cumpre o que propaga é imensurável e impacta diretamente na percepção sobre a marca. Zele pelo ESG e automaticamente zelará por sua marca!
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