Opinião

Diversidade e inclusão no “front” para a implementação do ESG

Diversidade e inclusão no “front” para a implementação do ESG

A sigla não é nova e surgiu em 2004, a partir de uma provocação do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan. Ele questionou CEOs de grandes instituições financeiras sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança ao mercado de capitais. De lá pra cá, o termo ESG – que significa, em inglês, Environmental, Social and Governance – conquistou mais espaço e, hoje, é um dos mais comentados em todo o mundo. Longe de ser modismo, essas três letras referem-se a práticas essenciais para garantir o futuro das organizações, das cidades, do nosso país, de toda a humanidade. E fazer isso realmente acontecer tornou-se um grande desafio para as empresas.

Em outras palavras, quero dizer que apresentar apenas um bom desempenho econômico não é mais suficiente para garantir a competitividade de uma empresa e atrair investidores. É indispensável também ser sustentável. Assim, as diretrizes que norteiam o ESG precisam guiar o trabalho, as análises e as decisões de todo gestor que queira se manter e se destacar em qualquer mercado. Elas devem estar inseridas na cultura e nas estratégias do negócio, envolvendo CEOs, conselhos de administração e o setor de Recursos Humanos. Não é uma missão simples, porém é imprescindível, e ampliar a diversidade e a inclusão no ambiente organizacional pode ser um importante caminho para viabilizar essa transformação internamente.

Um estudo da revista Forbes revela que a diversidade nas empresas – de pensamento, gênero, raça, etnia, faixa etária etc. – é um dos principais impulsionadores para a criação de um espaço inovador, além de ser fator primordial para o crescimento em escala global. Logo, quanto mais diversa e inclusiva for uma equipe, mais ideias com diferentes pontos de vista serão apresentadas. Consequentemente, a corporação aumenta suas chances de conquistar os melhores resultados e ainda promover mudanças positivas e a inovação em tendências. O que é um passo importante para tirar práticas ESG do papel e implementá-las no dia a dia da organização.

Além disso, as próprias lideranças precisam ser sustentáveis. Sai de cena o líder egocêntrico para dar lugar ao “ecocêntrico”, com uma visão de interdependência. Esse é o tipo de pessoa que vai conseguir fazer a transição do negócio convencional para um empreendimento que prioriza a diversidade, a energia mais limpa, o capitalismo de stakeholders, de modo a gerar valor para todos. Líderes que atuam de forma ética, são empáticos e sensíveis às expectativas dos liderados, têm escuta ativa e foco em resolver o problema do outro são os que poderão fazer esse exercício diário e dinâmico de ouvir e construir conjuntamente.

A ascensão da geração Y ou Millennials ao poder – aquela de nascidos entre 1980 e 1995, aproximadamente, e que tem o “chip” direcionado pela ideia de propósito – contribui para esse cenário, assim como a pandemia da Covid-19, que impulsionou muito esse tema. Apesar dos problemas provocados e das milhares de mortes, ela deu mais força a sentimentos de solidariedade e empatia. Voltou a ter valor o ser humano real, que tem problemas, depressão, burnout, sofrimento, ou seja, problemas sociais. Não mais apenas aquele que entrega resultados financeiros.

Portanto, diante desse contexto, toda empresa precisa estar atenta aos padrões ESG. O S, aqui enfatizado, significa entender o “social” como ponto central para direcionar os demais pilares e fazer com que eles sejam cada vez mais reais dentro das organizações e fora delas. Corporações conscientes precisam assumir um papel relevante na capacitação e no bem-estar dos trabalhadores, além de promover a “Diversidade e Inclusão” como pauta urgente e necessária. Como cita Maurant, é importante haver uma reconexão com cada um de nós e com a vida. A nossa competência na defesa e na prática dessas três letras garantirá um futuro promissor para todos.

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