EDITORIAL | A espera terminou?

O projeto de duplicação da rodovia, tão antigo que vem do tempo em que ela ainda era chamada de BR-03, ganhou vida novamente, em regime de concessão, com licitação prevista – se tudo correr bem – para meados do próximo ano. A informação vem de Brasília, diretamente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), demandando investimentos que chegarão perto dos R$ 10 bilhões em troca de exploração do trecho Rio-Belo Horizonte por 30 anos. Ao todo serão 482 quilômetros beneficiados com melhorias e revitalização, ganhando maior importância a mais uma vez prometida duplicação do trecho entre Juiz de Fora e Belo Horizonte, uma espera que deve estar bem próxima de completar os 50 anos, prosseguimento do trecho já duplicado a partir do Rio de Janeiro e até Juiz de Fora.
As informações mais recentes, que devem ser comemoradas pelo menos como sinal de que a ideia não sucumbiu à espera, dão conta de que a ANTT enviou o novo projeto, incluindo estudos de viabilidade técnico-econômica e ambiental, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e, se aprovado, possibilitará a confecção do edital de concessão, a ser colocada em licitação em junho de 2023. O que virá em seguida por enquanto permanece no terreno do desconhecido, até porque não há como prever se os termos ofertados serão aceitos, muito menos o prazo efetivo para que sejam feitas as melhorias exigidas.
Certo é que o capítulo final dessa novela precisa ser escrito, sendo suficiente lembrar que a duplicação entre Rio e Juiz de Fora, já bem perto de completar 50 anos, deveria ter seguido, imediatamente, em direção a Belo Horizonte, de onde avançaria no rumo de Brasília, completando a ligação terrestre neste importante trecho, que foi aberto e asfaltado nos anos cinquenta exatamente para coincidir com a inauguração de Brasília. Um atraso que deixou de ser circunstancial para fazer parte da história.
Vamos torcer, vamos exigir que os prazos não sejam mais postergados e as melhorias finalmente entregues com o sentido de urgência que lhes são inerentes. E assinalando que se está falando, por enquanto, em termos de duplicação, somente do trecho Juiz de Fora a BH, sem que nada tenha sido informado acerca da complementação da obra, na direção do Distrito Federal, em obediência ao plano original. Afinal de contas, não há como compreender, menos ainda justificar, que a capital federal prossiga isolada do restante do País, em termos de ligação rodoviária adequada e bem dimensionada.
Ouça a rádio de Minas