EDITORIAL | A hora de sair do sofá
Os empresários brasileiros estão sendo chamados ao protagonismo e sem que isso aconteça são reduzidas as chances de que o País possa, com a velocidade necessária, superar suas dificuldades. Assim entende o presidente da Federação das Indústrias de Minas, Flávio Roscoe, que em palestra na Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), fez uma espécie de mea culpa e um convite aos empresários presentes.
Para Flávio Roscoe, o Brasil que não deu certo é um país de privilegiados e os privilégios estão concentrados no setor público, ao mesmo tempo caro, pesado e ineficiente. A constatação aponta o rumo da mudança, das reformas que só são discutidas e prometidas durante as campanhas eleitorais. Cobrar incomoda, atitude incomoda, mas está mais claro que nunca que os empresários, que ficaram quietos muito tempo, têm que “sair do sofá” onde permaneceram por 30 ou 40 anos, para ocupar o seu espaço, de pronto exigindo as transformações que devolvam esperança ao Brasil e aos brasileiros. Mesmo que cobrar incomode e dê trabalho, que agir signifique se expor, virar alvo.
Para o presidente da Fiemg, cabe também reconhecer que se a situação chegou ao ponto que chegou parte da culpa é dos próprios empresários, no mínimo por omissão. E nada de pensar que a saída é o aeroporto, fazer as malas e mudar para Miami ou Lisboa, como muitos estão fazendo. O que precisa mudar é a atitude, o engajamento do empresariado para ocupar seu espaço, para sair do sofá, das reuniões fechadas, e enfrentar os problemas, para transformar e aceitar a inevitável exposição. E os riscos que não fazem parte apenas dos negócios.
Num contexto em que as eleições se aproximam sem a perspectiva de que venham acompanhadas da renovação e das mudanças reclamadas, será mesmo a atitude de grupos como aqueles que Flávio Roscoe representa que poderá fazer a diferença, com um engajamento forte o suficiente para romper as barreiras que têm impedido reformas capazes de transformar o ambiente de negócios, gerando riquezas que alimentem transformações sociais. Ou aceitamos este desafio ou o País explode, concluiu com muita propriedade o presidente da Federação das Indústrias. E o mais importante, acrescentou, é que temos o potencial para realizar esta transformação.
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