Opinião

EDITORIAL | A solução mais fácil

EDITORIAL | A solução mais fácil
Crédito: Pixabay

Os avanços tecnológicos das últimas décadas provocaram mudanças de grande impacto, afetando nossas vidas nos mais variados aspectos. Para o bem e para o mal, entenda-se, desde logo, referência que se aplica especialmente às diferentes aplicações da microeletrônica e da informática, no campo específico das comunicações. Máquinas que há bem pouco tempo pertenciam aos domínios da ficção científica aproximaram pessoas, tornando possíveis interações de todos os tipos. Algo com potencial para mudar o mundo, o que de certa forma já aconteceu, com avanços que parecem não ter limite.

É o caso específico da telefonia celular, através da qual pequenos aparelhos se transformaram em computadores de bolso, os mais sofisticados com capacidade maior que a de máquinas que há muito pouco tempo ocupavam grandes espaços e custavam milhões de dólares. Faz muito, para além de possibilitar a ligação de voz entre dois pontos, não importa a distância. Tantas e tamanhas facilidades que, para a maioria, se transforma em incômodo e aborrecimentos, caso das ligações não solicitadas e de conteúdo comercial ou propagandístico.  Uma ideia melhor do problema nos é dada com a informação de que no mês de junho no Brasil foram feitas 1,2 bilhão de ligações robotizadas não solicitadas, número que caiu à metade no mês seguinte.

Com o problema atingindo tais proporções, as agências reguladoras e autoridades governamentais finalmente saíram de sua conhecida letargia, deixando de fingir que nada de anormal acontecia. Começaram por criar um prefixo especial para identificar chamadas indesejadas e agora anunciam que as ligações automatizadas, ou robotizadas, terão controle bem mais severo, que poderão chegar ao extremo da proibição pura e simples. É o caminho, não duvidamos, mas existe um atalho que não parece estar sendo considerado. Estamos falando das concessionárias, que evidentemente têm nas mãos o controle dessas operações e, mais que isso, a responsabilidade de coibir quaisquer abusos.

Por óbvio, é nesta direção que devem se voltar os organismos públicos de controle, impedindo abusos que até certo ponto sempre existiram mas ganharam fôlego, muito fôlego, graças aos avanços tecnológicos, numa sucessão de impropriedades que poderiam ser contidas pelas operadoras, cuja publicidade as apresenta como muito preocupadas em oferecer o melhor a seus clientes. Ora, e independentemente de qualquer sanção que venha de cima, que o façam imediatamente, demonstrando que lhes resta alguma coerência.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas