Opinião

EDITORIAL | Agora é trabalhar

EDITORIAL | Agora é trabalhar
Crédito: REUTERS/Pilar Olivares

Completa-se nesse domingo, com a votação em segundo turno para presidente da República e alguns governadores, a eleição de 2022, já apontada como a mais importante entre todas as realizadas desde a Proclamação da República. No caso da escolha que mais importa, os dois candidatos que se apresentam declaram-se preocupados com o Brasil, com o futuro, com os brasileiros, dizem que querem servir, principalmente criar riquezas que correspondam tanto às potencialidades do País quando às demandas de sua população.

Os acontecimentos recentes, ou nem tanto, fazem crer que estamos diante de polos opostos e, assim, o País dividido, possivelmente diante de um conflito sem precedentes. São as aparências, é o que deixa perceber o comportamento de quem escolheu e defende um ou outro. Impossível, no entanto, deixar de notar que seus discursos, mesmo que rasos e quase sempre de conveniência, são na realidade muito próximos, dizem praticamente as mesmas coisas, tentam conquistas eleitores com promessas que não guardam muita distância entre si. Curioso, bastante curioso, diante da aparência de que o País possa estar irremediavelmente dividido.

No domingo, encerrada a votação e contado o último voto, será conhecido o novo presidente da República e há que esperar, mesmo com algum excesso de otimismo, que este momento marque também o fim dos conflitos, da conversa vazia em que compromissos e propostas ficaram de lado, enquanto a troca de acusações e de ofensas eram os motes da campanha. Acabou e nos próximos dois meses e pouco deverá se ocupar da tarefa de encontrar respostas para os desafios que estão colocados, que não são poucos e não são de pequena monta.

Nesse ponto, cabe voltar ao início para lembrar que, em essência, os dois candidatos, hoje vencedor e perdedor, falaram as mesmas coisas, fizeram promessas que, mesmo formuladas de forma diferente, levarão ao mesmo ponto se cumpridas. Falaram e prometeram um Brasil mais próspero, capaz de cuidar de seus problemas estruturais para assim reencontrar a trilha do crescimento e, sobretudo, apagar as desigualdades e a miséria. Percebida a convergência no seu sentido maior, então que ela seja afinal praticada, com as duas metades afinal unidas para trabalhar com os mesmos objetivos. Ou nada mais que entregar o que foi prometido.

Concluindo, e evidentemente agora com a chance de saber o que existiu de verdade em tudo que foi dito antes, não há por que temer conflito ou impasse. Ao contrário, e sempre com otimismo em primeiro plano, ainda cabe esperar que, simplesmente, seja comprida a vontade da maioria, apagada a ideia de que o Brasil esteja dividido.

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