Opinião

EDITORIAL | Aguardando as soluções

EDITORIAL | Aguardando as soluções
Crédito: Reprodução

Em pouco mais de um ano e quatro ministros da saúde. A contagem de mortos contaminados pela Covid se aproxima, rapidamente, dos trezentos mil. Vivemos o pior momento da pandemia, os números apurados são os mais assustadores e ninguém, absolutamente ninguém, é capaz de dizer o que vem pela frente.

Mas já surgem sinais, aqui mesmo em Belo Horizonte, conforme o prefeito Alexandre Kalil, de que, além da ocupação, no limite, de leitos hospitalares, poderão faltar insumos essenciais, de oxigênio a analgésicos. Tragédia absoluta, inédita, agravada por sinais claríssimos de negligência, se não incompetência, de agentes públicos, aqueles mesmos que há um ano estimavam que as fatalidades chegariam, no máximo, a oitocentos casos.

Nesse quadro, claramente o que mais importa não é exatamente a troca de guarda no Ministério da Saúde. Importa primeiro saber se as autoridades públicas, começando pelo presidente da República, terão humildade suficiente para uma espécie de penitência, admitindo que os erros superam de longe seus poucos acertos.

Falta saber se, finalmente, ainda que apenas porque o que acontece hoje pode afetar as escolhas nas eleições do próximo ano, haverá mudanças de rumos, algo que em termos bem simples significa adotar, finalmente, a cartilha da Organização Mundial de Saúde (OMS), sem negacionismo e com adoção dos cuidados básicos de higiene e  distanciamento social, além de evidentemente acelerar – muito – o processo de vacinação.

São tarefas imediatas e que devem ser cobradas, impositivamente, sem nada de política no meio, pela sociedade brasileira, ação que a todos envolveria, num processo de convergência que certamente multiplicaria resultados positivos. Para preservar vidas em primeiro lugar, para reduzir a pressão sobre o sistema hospitalar, sobre médicos, enfermeiros e seus auxiliares, todos eles também no limite do esgotamento.

Também para responder, com responsabilidade, aos organismos internacionais que já apontam com preocupação a situação no Brasil, temendo que o descontrole possa produzir danos nos países vizinhos, numa escalada que bem poderá ter alcance ainda maior.

São os fatos enxergados e apresentados objetivamente, diante de uma tragédia que poderia ter sido evitada ou pelo menos minimizada. Agora só resta esperar que o chefe do governo tenha finalmente se curvado à realidade, fazendo da troca de ministros o sinal de que está disposto e vai mudar, liderando o trabalho para livrar os brasileiros de algo ainda pior.

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