EDITORIAL | Antes tarde do que nunca

Na Copa do Mundo de Futebol, realizada no Brasil em 2014, Belo Horizonte foi uma das sedes e, quando tanto se falava no legado da competição, era anunciado que os torcedores chegariam ao Mineirão utilizando a linha do metrô, cuja inauguração coincidiria com o evento internacional.
Não aconteceu e, pior, sete anos mais tarde nenhum trecho, por menor que fosse, da nova linha foi construído. Da mesma forma que não saíram do papel as prometidas linhas que avançariam do bairro Calafate até a região dos hospitais, com ramal também em direção à região central da cidade.
Sem falar de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde investimentos no transporte de massa avançaram nas últimas décadas o suficiente para dar relevância aos respectivos sistemas de mobilidade, outras capitais, menores até, mereceram também mais atenção e verbas, num dos mais eloquentes sinais da marginalização reservada a Minas Gerais nas últimas décadas, no que toca ao acesso a recursos federais.
Uma luta ingrata, no caso do metrô, que vem sendo travada há pelo menos quatro décadas e que agora pode estar mais próxima de, finalmente, chegar a um final feliz. Foi a boa nova que o governador Romeu Zema trouxe de Brasília na sua viagem à Capital Federal na semana que passou.
O governador regressou com a promessa de investimento de R$ 2,8 bilhões e o compromisso de que o Estado disponibilize mais R$ 400 milhões, suficientes para ampliação da Linha 1, que chegará a Venda Nova passando pela Cidade Administrativa, e construção da Linha 2, do Barreiro ao Calafate e prosseguindo em direção à região dos hospitais.
Nas expectativas de Zema, que já dá como certa a empreitada, estudos de viabilidade e projetos poderão ter início ainda este ano e, cumpridas as etapas de liberação dos recursos, que passa ainda pelo Congresso Nacional, canteiros de obras poderão ser abertos já no próximo ano. De conclusão das obras e início das operações não se fala ainda.
Por enquanto cabe esperar, e ao contrário de situações anteriores, que dessa vez promessas e planos deem lugar a realizações, com o gosto de uma espécie de recompensa por tão prolongada espera e efeitos práticos capazes de melhorar a infraestrutura de transportes urbanos em Belo Horizonte. Sobretudo, não um ponto de chegada e sim um ponto de partida para outras obras que o crescimento acelerado da cidade reclama.
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