Opinião

EDITORIAL | Aplausos que vêm de fora

EDITORIAL | Aplausos que vêm de fora
Crédito: REUTERS/Leah Millis

Deixando de lado o destempero de uma pequena minoria que fala em liberdade e democracia, mas levanta a bandeira do Brasil diante de instalações militares para reclamar sua intervenção enquanto outros bloqueiam rodovias em nome de um igualmente equivocado entendimento de liberdade e democracia, perpetrando abusos e violência que a Constituição não abriga, chamaram atenção, conhecido o resultado da votação de domingo, as manifestações vindas do exterior. No total, segundo as contas do próprio governo, pelo menos 80 manifestações de chefes de Estado.

No mesmo sentido e igual impacto, o telefonema do presidente Joe Biden ao presidente eleito, passados apenas 40 minutos da divulgação do resultado da eleição. Desnecessário repetir, o presidente dos Estados Unidos assinalou a correção e agilidade dos processos de votação e apuração, além de manifestar seu desejo de uma interação mais ampla e eficaz entre os dois países. Biden foi o primeiro, mas não o único. Seguiram-se manifestações sempre calorosas, como a visita do presidente Argentino, Alberto Fernandes, já na segunda-feira, e telefonemas dos presidentes da França, Emmanuel Macron; da Turquia, Recep Erdogan; do Chile, Gabriel Boric; da Colômbia, Gustavo Petro; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; do Mexico, Andrés Lopez Obrador; da Venezuela, Nicolás Maduro; e de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza. Também ligaram os primeiros-ministros da Espanha, Pedro Sanchez; da Alemanha, Olaf Schulz; e de Portugal Antônio Costa; e ainda o secretário-geral da ONU, António Guterrez.

Também se manifestaram no início da semana, por outros meios, o presidente Vladimir Putin, da Rússia; o presidente chinês Xi Jinping; e o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky. Antes de mais nada, cabe registrar, nestas primeiras manifestações, o amplo leque de posições políticas que elas encerram refletindo as diversas faces de nosso planeta e demonstrando que opções e modelos diferentes necessariamente não barram o convívio e a colaboração, aliás enaltecidos pelos líderes mundiais que se dirigiram ao futuro presidente e, assim, simbolicamente, devolvendo ao Brasil seu reconhecido protagonismo na cena internacional e na diplomacia.

Foram manifestações tão amplas e diversas, além de calorosas, que deveriam provocar reflexões por parte daqueles que ainda não entenderam, ou não aceitam, o sentido das mudanças que estão para acontecer e que devolvem ao Brasil, no plano internacional, a relevância que andava apagada, além de referências um tanto anacrônicas ao comunismo que não existe mais.

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