Opinião

EDITORIAL | Apontando caminhos

EDITORIAL | Apontando caminhos
Crédito: Freepik

Embora persistam as incertezas geradas pela pandemia, com os indicadores de contaminação, internações e fatalidades ainda muito elevados, com perspectivas inclusive de uma temida “terceira onda”, trabalha-se também no que virá depois, no processo de recuperação e reconstrução. Nada diferente com relação ao que se passa em Minas Gerais, onde as esferas pública e privada, num esforço que parece bem coordenado, trabalham com esta perspectiva, tentando enxergar oportunidades e aplainar, tanto quanto possível, o terreno à frente.

Fazer da dificuldade oportunidade poderia ser o lema para os estudos e trabalhos em curso. E fazer diferente, dando sentido à busca e valorização das áreas, na economia, que podem nos ser mais favoráveis, encurtando o caminho da recuperação. Nesse olhar necessariamente desponta um assunto antigo, que remete à ocupação do território da antiga colônia, então província das Minas Gerais, parte do território paulista, e fonte das riquezas que deram brilho à Coroa Portuguesa e financiaram a Revolução Industrial.

Para as Minas Gerais pouco ou nada sobrou, se não a vantagem de que a extração se deu de maneira superficial, indicativa de reservas maiores e mais profundas a explorar. Eis o ponto a considerar, a colocar em pauta de uma maneira mais efetiva, nos seus diversos e potencialmente muito ricos desdobramentos.

As boas técnicas de prospecção e extração podem representar um largo caminho a ser explorado, pode ser a diferença que todos reclamamos, a realização que os Inconfidentes já enxergavam. E da mesma forma que a ourivesaria e a lapidação representam oportunidades que estão à mão, que podem significar transformar uma atividade quase marginal em centro de um processo econômico avançado.

Não estamos sonhando, não miramos uma utopia e tão somente enxergamos algo possível, que poderá ser feito e, com diligência, trazer resultados em pouco tempo, quem sabe para devolver às Minas Gerais o significado mais amplo de seu próprio nome. Não foram poucas as ocasiões, no passado, em que estas mesmas questões foram levantadas, lembrando as diversas etapas do processo de extração e agregação de valor, suportadas por escolas de gemologia, centros de lapidação, design e ourivesaria, fechando-se os círculos de agregação de valor e combate ao comercio informal.

Em síntese, e para concluir, no processo de recomeço e reconstrução que está no horizonte, uma vez controlada a pandemia, estão também oportunidades de fazer diferente, fazer o que não for feito, assim aumentando as chances de colher melhores resultados.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas