Opinião

EDITORIAL | BH procura o seu norte

EDITORIAL | BH procura o seu norte
Crédito: Filó Alves

Temos procurado chamar atenção, neste espaço, para o processo de estagnação e esvaziamento da economia de Minas Gerais, que o professor e economista Cézar Medeiros aponta como marco inicial a gestão do governador Tancredo Neves, que teria feito do Palácio da Liberdade trampolim para chegar à Presidência da República.

Conforme sua visão, nessas condições os interesses regionais foram preteridos, sacrificados, em nome de uma composição supostamente maior. Fato é que o Estado entrou num processo regressivo, bem registrado nos indicadores econômicos, ao mesmo tempo em que perdeu seu protagonismo nacional.

Todo o resto foi consequência e, sabe-se hoje, a um preço demasiadamente alto, com o Estado reduzido à condição de um dos mais empobrecidos em comparação nacional, carregando um endividamento tecnicamente impagável. Essa nova condição evidentemente impactou fortemente Belo Horizonte, com reflexos igualmente negativos para a economia local. Romper este círculo, recuperar a senda do crescimento econômico, também no caso da capital mineira, não é questão que se resolva somente reduzindo gastos, tarefa impositiva mas que, conforme já apontado neste espaço, não pode nos afastar do entendimento de que o fundamental é por atenção na geração de receitas.

A aproximação das eleições municipais e a campanha eleitoral em andamento, ainda que encurtada pelas circunstâncias, é por natureza ocasião oportuna para este debate, para a construção do diagnóstico e apresentação da mais adequada terapia.

Algo muitíssimo diferente da já desacreditada troca de acusações, acompanhada de promessas em que os candidatos costumam dizer o que farão, porém sem o menor cuidado em minimamente esclarecer como exatamente pagarão as contas, às vezes denunciando gastos que apontam como impróprios, mas deixando de trazer ao debate a questão das receitas. A exceção até agora fica por conta do candidato Marcelo de Souza e Silva, presidente licenciado da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH, que aponta como seu principal desafio justamente a recuperação econômica de Belo Horizonte.

A tarefa é urgente e demanda planejamento e estratégia, focada nas vantagens competitivas que a cidade oferece, como localização e disponibilidade de mão de obra qualificada, bem como centros de capacitação de primeira linha. Outro ponto crucial será a efetiva integração dos municípios que formam a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que de outra forma não terão como superar os obstáculos que se apresentam, bem como potencializar suas vantagens competitivas.

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