EDITORIAL | Boa notícia para metrô

Mais um capítulo de uma história bastante antiga, iniciada ainda no regime militar, poderá, afinal, depois de longo interregno, ser escrito. Estamos falando do metrô de Belo Horizonte, concebido nos anos 70, no século passado, e que na realidade, por enquanto, não passa de duas modestas linhas de trem de superfície, resultado do aproveitamento e modernização de antigas linhas ferroviárias que pouco representa para o transporte de massa na região metropolitana.
A estas alturas, se honradas as promessas repetidas por sucessivos governos, desde o hoje distante presidente José Sarney, teríamos – pelo menos – linhas que partiriam de Betim, chegariam a Contagem, rumando daí para Belo Horizonte, via Barreiro, Calafate, ramal para a região dos hospitais, centro da cidade e, finalmente, Pampulha, com possibilidade de ir mais adiante, pelo menos até a cidade administrativa. Com um pouco mais de boa vontade, quem sabe, a esta altura teria chegado até Confins.
Sem que ninguém, entre os autores das promessas, morra de vergonha, ficou para trás, esquecida, a linha da Pampulha, passando pelo centro e que deveria estar pronta a tempo de levar torcedores ao Mineirão durante a Copa do Mundo em 2014. Até agora ficou o dito pelo não dito, mesmo que estudos geológicos tenham sido feitos até na avenida Afonso Pena, evidentemente acompanhadas de vistosas placas anunciando a obra e sem que, desde então, um único quilômetro tenha sido acrescentado ao “metrô”, será mais próprio colocar a palavra entre aspas, de Belo Horizonte. Eis que, finalmente, surgem boas notícias, que esperamos não sejam apenas promessas vãs.
E quem nos fala é o próprio presidente Bolsonaro, que na quarta-feira, não sem uma boa dose de surpresa, usou suas redes sociais para anunciar que o governo federal viabilizará a construção da Linha 2 do metrô de Belo Horizonte, do Barreiro ao Calafate. O assunto já está sendo tratado com os ministros Tarcísio Gomes de Freitas, e com o mineiro Álvaro Antônio, do Turismo, que antecipou que os investimentos chegarão a R$ 1 bilhão, dinheiro que virá de indenizações da Ferrovia Centro-Atlântica pela devolução de trechos antieconômicos de sua concessão.
Embora não tenham sido feitas, ou divulgadas, estimativas sobre o início e conclusão das obras, a própria movimentação registrada, depois de anos a fio de longo e completo silêncio, já é algo a ser comemorado, principalmente porque o presidente da República disse em sua mensagem que a obra mereceu a definição de prioridade nacional. Se acontecer, há que se reconhecer e aplaudir, que o presidente terá marcado um gol de placa.
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