Opinião

EDITORIAL | Bons planos, uma ameaça

EDITORIAL | Bons planos, uma ameaça
Crédito: Divulgação

Embora presentemente, quando está em pauta o crescimento econômico da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o chamado Vetor Norte, que abriga o Aeroporto de Confins, e no entorno empreendimentos e projetos de muita relevância e potencial, o lado oposto – ou o chamado Vetor Sul – igualmente aponta na direção de um futuro promissor.

São vários os fatores que autorizam tais previsões. Em primeiro lugar, vastas extensões de terras ainda disponíveis e, melhor, não divididas, facilitando a ocupação bem planejada e, segundo a possibilidade de duplicação, ou até mais, da antiga BR 3, ligação com o Rio de Janeiro, hoje BR 040, em tese possibilitando a circulação em volumes muitíssimo maiores que os atuais.

A região, além de ocupada por diversos condomínios horizontais, abriga o campus da Fundação Dom Cabral, centro de excelência em formação gerencial e assim reconhecido mundialmente, empreendimentos em operação como uma das maiores fabricas da Coca-Cola no País e, em início construção, o maior projeto imobiliário na atualidade no Brasil, a ser desenvolvido ao longo de trinta anos, com perspectiva de receber 30 mil moradores.

É muita coisa, mas não é tudo. Conforme recentemente anunciado, será erguida à margem da rodovia, em território de Nova Lima, uma grande fábrica de veículos elétricos, trazendo empregos, inovação e um segundo polo automotivo ao Estado.

A rigor, estamos antecipando o futuro e, se ele representa oportunidades e prosperidade, demanda evidentemente condições para operar dentro dos melhores padrões de produtividade e eficiência, tendo em conta as brutais mudanças que ocorrerão na região que hoje abriga bucólicos condomínios residenciais horizontais, inclusive o primeiro deles no Brasil, o Retiro das Pedras, com mais de 60 anos, que não poderia deixar de ter o dedo visionário de JK.

Especificamente, a preocupação que já é objeto de discussões que precisam ganhar velocidade e, talvez, mais objetividade, diz respeito à mobilidade ou, sem meias palavras, ao gargalo que representa hoje a BR 040, especialmente depois do adensamento populacional ocorrido em Nova Lima e no Belvedere. Como está não pode ficar, sob pena de que todos os sonhos se percam.

Cabe, portanto, colocar a questão em primeiro plano, cabe sobretudo lembrar que o futuro Rodoanel, agora com garantia de financiamento da mineradora Vale, pode muito bem representar a chave para abrir o gargalo que a todo custo precisa ser evitado.

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