Opinião

EDITORIAL | Como fazer a diferença

EDITORIAL | Como fazer a diferença
Crédito: Reprodução TSE

O processo eleitoral, quando bem conduzido, faz mais que ao confirmar a vontade coletiva, consolida a democracia, o que pode e deve ser entendido como o básico, elementar, ainda que absolutamente essencial. Votar significa também pensar e repensar, olhar para frente, indicando rumos para uma cidade, um Estado ou o País. Não é assim, necessariamente, que tem sido feito no Brasil, onde todo o processo traduz, como regra, mais ambições que propriamente projetos. Ou o poder pelo poder, quem sabe uma indigência democrática que ajuda a explicar boa parte de nossos males. Cabe não esquecer que pode ser diferente, deveria ser diferente.

A ambição legitima de um projeto, permanente, de todos, capaz de dar concretude à paulatina construção comum, democraticamente somatório e convergência de propósitos, espaço para a construção do bem comum. Algo que se aplica a qualquer ponto ou qualquer espaço, mas nesse momento nos faz pensar em Minas Gerais, o que foi, o que é e o que poderia ser, começando por resgatar sua projeção no espaço político nacional e os padrões de excelência que fizeram a diferença nos anos 70 do século passado, conferindo ao Estado mais que os melhores índices de crescimento econômico, sobretudo a qualidade desse processo que teve por base o planejamento.

Trata-se de resgatar valores, resultados e a própria imagem de Minas Gerais, que se perdeu no tempo, deixando um rastro de desconfiança e preconceitos.

Um movimento, uma discussão pelo menos muito oportunas. Qual afinal o projeto de Minas Gerais? Em que direção desejamos caminhar e o que temos a oferecer? Algo que deveria, ou poderia, partir da construção de uma marca, uma nova identidade focada, por exemplo, no conhecimento, patrimônio reconhecido dessas terras, atrelados à UFMG, à Fundação Dom Cabral, à Universidade de Viçosa e tantas outras instituições.

E lembrando que conhecimento antecipa, ou suporta, a inovação, esta com uma visão menos acanhada, que vá muito além do universo das startups ou do software, abrindo espaços largos também na indústria tradicional, no agronegócio, na mineração etc. Fazer melhor e fazer muito mais é perfeitamente possível, não tem nada de utópico, o que aliás foi muito bem demonstrado no reconhecido Diagnóstico da Economia Mineira, do final dos anos 60, o ponto de partida para realizações e mudanças cruciais que até certo ponto se perderam.

Somos, os mineiros, tidos como diferentes, para mais além, podemos também fazer a diferença.

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