Opinião

EDITORIAL | Covardes até o fim

EDITORIAL | Covardes até o fim
Crédito: Carla Carniel/Reuters

As reações às ações criminosas do domingo (8) têm fugido ao usual, talvez pelas próprias proporções do acontecido. Da linha de frente, dos tais patriotas feitos de bucha de canhão, gente tão despreparada ou tomada pela convicção de impunidade que produziu provas bastantes para sua própria condenação, muitos já foram detidos. E prossegue o processo investigatório que alimentará inquéritos que instruirão futuros julgamentos, bem como ações para identificar financiadores. Mas mesmo o retumbante fracasso daqueles que imaginaram que a “ocupação” de Brasília bastaria para detonar o caos e assim um golpe militar, não deve ser tomado como sinal de que as bravatas terminaram. Longe disso.

Os arruaceiros, ou melhor, aqueles que estão por trás deles, não se deram por vencidos, mesmo que prefiram negar, como já cuidou de fazer o ex-presidente Jair Bolsonaro, qualquer responsabilidade a respeito. E, covardes, agora tentam se fazer de vítimas,  propagando mais uma versão fantasiosa, a de que os ataques teriam sido realizados por “infiltrados”. Fizeram pior, sobre o retorno ao País e prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres, sustentando que quando ministro ele teria sido campeão de apreensões de drogas no País e o que acontece agora seria apenas reação do crime organizado, PCC e assemelhados, confirmando seu conluio com o atual governo.

Definitivamente não é brincadeira e, se faz sentido afirmar que no dia dos ataques até certo ponto a administração do presidente Lula estava mal informada e assim foi pega de calças na mão, para frente terá que ser diferente. E sem que seja preciso lembrar as tentativas de bloquear refinarias de petróleo, a derrubada de torres de energia elétrica ou a promessa, felizmente ainda no ar, de que caminhoneiros fechariam as principais rodovias, paralisando o País.

O fato é que a democracia brasileira resistiu e já no dia seguinte o presidente da República, legitimamente eleito, despachava no seu próprio gabinete, como que a exibir a estrondosa derrota dos “patriotas” que tanto como podem acreditar que a terra é plana, ainda imaginam que a vitória pode estar no horizonte. Ou, quem sabe, sonhando com a volta triunfal de seu D. Sebastião fujão, motivo mais que suficiente para manter, ampliando, a guarda.

Como já foi dito nesse espaço, não falamos de uma pessoa ou de um partido. Falamos e estamos defendendo a integridade do sistema político-institucional de nosso País e da escolha majoritária dos brasileiros. Até porque, para nós, a fraude nas eleições absolutamente não está em pauta.

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