Opinião

EDITORIAL | Desconfiança ou esperteza?

EDITORIAL | Desconfiança ou esperteza?
Crédito: Divulgação

Urnas eletrônicas funcionam no Brasil há 25 anos e o sistema adotado, desenvolvido no País, é reconhecido mundialmente por suas qualidades, principalmente segurança nos procedimentos de votação, apuração e totalização. De fato não há registro, documentado e crível, de que possa ter havido, em quaisquer das votações realizadas, inclusive a que apontou vitória do atual presidente da República, a mínima indicação contrária.

São fatos documentados e objetivos, atestados pelo Superior Tribunal Eleitoral. Nada disso, inclusive aplicação da mesma tecnologia em outros 35 países, basta para impedir contestações, alegações sem qualquer evidência da possibilidade de fraudes, tudo isso alimentando a demanda de que ao votar o eleitor deveria receber comprovante impresso de seu voto.

Nessa linha, e evidentemente extrapolando sua própria competência e deixando no ar ameaça que obrigatoriamente deveria ser mais bem esclarecida, o presidente da República, num de seus arroubos autoritários, afirmou que sem voto impresso não haverá eleição no próximo ano. É de se estranhar o silêncio a respeito, mais ainda a falta de providências e, completando, a instalação na Câmara dos Deputados de comissão chamada a deliberar a respeito. Como se não houvesse no País questões mais sérias a serem tratadas ou se em nada importasse o elevado custo de eventual mudança.

Está provado e comprovado que as urnas eletrônicas brasileiras são confiáveis e totalmente à prova de violações ou fraudes. Insinuações em contrário, inclusive as do presidente da República que evidentemente não contesta os resultados que lhe foram favoráveis, carecem por completo de base, do mais singelo elemento comprobatório, assunto diante do qual os acusadores se calam.

Lembram, de certa forma, o ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que usou os mesmos expedientes, fez as mesmas ameaças, mas acabou conformado com seu destino, ainda que teimosamente repetindo que o sistema eleitoral de seu país, o mesmo que lhe deu vitória, não é confiável.

Só se pode esperar que ao fim e ao cabo prevaleça o bom senso, que a tal comissão faça alguma marola para acabar curvando-se ao bom senso, hipótese, esta sim, que além de gastos desnecessários e injustificados poderia abrir espaços para desvios, se não para controle dos eleitores, tal como faziam os antigos coronéis com o que era chamado voto de cabresto e que justamente as urnas eletrônicas ajudaram a sepultar.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas