Opinião

EDITORIAL | Esforços urgentes

EDITORIAL | Esforços urgentes
Crédito: Adão de Souza/PBH

Comerciantes estabelecidos no hipercentro de Belo Horizonte, a maioria de pequeno e médio portes, continuam reclamando da degradação da região e cobrando antigas promessas de recuperação que não se materializam. Cobram um pouco de tudo. Da falta de equipamentos urbanos adequados à insegurança, principalmente à noite, passando pela triste e crescente presença de moradores de rua, que constituem o retrato mais visível do processo de empobrecimento do País. Tudo isso, evidentemente, afugentando clientes e prejudicando os negócios.

Nos últimos anos, desiludidos e talvez com preocupações mais urgentes, ligadas à própria sobrevivência em tempos cada vez mais difíceis, preferiram o silêncio, fazendo a questão, mesmo que agravada, cair em relativo esquecimento. Afinal, não parecia ser prioridade de ninguém, a maioria entendendo como natural, inevitável, o que veem à sua volta. Não é o caso da União dos Varejistas de Minas Gerais, entidade que vai se aproximando de seu centenário e cujo nome está associado a momentos mais elevados da vida em Belo Horizonte e Minas Gerais. A entidade, conforme seu presidente, Moacir Muzzi, sonha reunir suas congêneres representativas do comércio, somando forças para a ação. E começando por um diagnóstico capaz de estabelecer parâmetros realistas para a atuação, além de identificar as demandas mais urgentes. Desse primeiro passo, que seria também um processo de conscientização e mobilização, brotaria a tão aguarda revitalização do hipercentro.

A degradação de espaços urbanos centrais não é condição própria de Belo Horizonte e, em maior ou menor escala, se repete nas grandes cidades, inclusive no exterior. Para os estudiosos, mudanças na ocupação desses espaços, com a descentralização dos negócios e do próprio comércio, em grande parte atraído pelos shopping centers, explica o que se passa, inclusive a fuga de moradores, que perderam antigos benefícios e ganharam novas ameaças. Reocupar, dizem, cuidando também de antigos prédios degradados e não raro abandonados, será o mesmo que devolver vida a estes logradouros, com benefícios que certamente irão muito além de seus próprios espaços.

Em resumo, um entendimento racional que não pode ser posto de lado, abandonado como se não tivesse importância. A União dos Varejistas não pretende tomar para si a bandeira, mas tão somente levantar a questão, tendo a seu lado, com igual propósito, todos os envolvidos. Belo Horizonte merece e somando forças o milagre necessariamente acontecerá.

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