EDITORIAL | Espaço para a esperança
Termina uma semana agitada no Brasil e no mundo. Começando, claro, pela apuração da eleição nos Estados Unidos e suas consequências diante da resistência do presidente Donald Trump em reconhecer que perdeu para o democrata Joe Biden, algo inédito e de consequências ainda incertas. Assim projetou-se no Ocidente um clima de insegurança, com abalos no câmbio e no mercado de papéis, tudo isso coincidindo com a chegada da temida segunda onda da Covid-19, indicando um cenário de dificuldades maiores para o futuro.
Não foi diferente no Brasil, cujo governo teima em se colocar numa posição marginal, ao lado de países sem expressão – excluído Rússia, evidentemente – não reconhecendo a correção do processo eleitoral nos Estados Unidos e consequentemente seus resultados. Uma fidelidade pessoal e unilateral, equivocada certamente inclusive por não refletir o pensamento da maioria dos brasileiros.
Hoje ficam mal a diplomacia e a imagem do País, amanhã podem ficar mais difíceis os negócios, sem contar que não pode ser levado a sério alguém que ameaça com pólvora a maior potência militar do planeta. E para completar, ataca simultaneamente o detentor da segunda posição e que é também maior parceiro comercial do País. Nada disso faz sentido, da mesma forma que é despropositada, além de grosseiramente desrespeitosa, sua teimosa resistência à pandemia e à vacina.
Não é o esperado, muito menos o desejável, em se tratando do comportamento errático de alguém que responde pelo país, mesmo que não reflita sua vontade e seus valores. E é em meio a tantas incertezas que chegamos, neste domingo, às eleições municipais, adiadas por conta da pandemia. Cabe lembrar e destacar que no município começa a política, exercida mais próxima dos cidadãos, numa escalada que deveria formar homens públicos, políticos verdadeiros num caminhar contínuo e seletivo, que, idealmente, conduziria os melhores aos postos mais elevados. Uma escola, um processo de aprendizado que não está funcionando adequadamente, não pelo menos na medida do interesse público ou de valores mais próximos de ideais postos de lado.
Que pensem nisso, que tomem em conta o que desejam e o que recebem cada um dos brasileiros que votará nesse domingo. Que cada um tenha em conta sua responsabilidade e, sobretudo, a possibilidade de ajudar a fazer melhor, escolhendo bem, tendo em conta exclusivamente os méritos dos candidatos que se apresentam, aqueles prontos para iniciar um processo verdadeiro de reconstrução e transformação, capaz de nos devolver pelo menos a esperança.
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