EDITORIAL | Futuro fica mais perto
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, agora também titular da recriada pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), tomou posse na quarta-feira lembrando que o País conheceu nos últimos anos um processo de desindustrialização, com o peso do setor na formação do Produto Interno Bruto (PIB) sendo reduzido de mais de 30% para 11% em pouco mais de duas décadas. Em economias desenvolvidas este é um processo esperado e desejado, indicativo da sofisticação dos processos de formação da renda nacional.
Não foi o caso brasileiro, em que o desaparecimento de indústrias foi consequência da falta de competitividade do setor e, com a abertura comercial, da substituição da produção local por importados.
Com as fábricas fechadas desapareceram também empregos que pagavam mais e o País tornou-se mais dependente, situação bem evidenciada durante a recente pandemia. Alkmin quer reverter esta situação e, para alcançar o objetivo traçado, defendeu em seu discurso de posse a realização, afinal, de uma reforma tributária que simplifique e reduza os custos do pagamento de tributos.
Mais amplamente, relembrou um velho tema, o custo Brasil, para assinalar que reduzi-lo é pré-requisito para que produtos brasileiros, notadamente aqueles de maior valor agregado, voltem a ser competitivos, conquistando espaços no mercado global. Será fundamental também promover a desburocratização, outro tema que até agora só teve espaço nos discursos, reduzir juros e promover a oferta de crédito, sobretudo para que empresas de menor porte conquistem seu espaço no mercado externo, com diversificação da oferta.
No rol das intenções, o discurso do nono ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços não comporta retoques. Foi dito o que precisava e deveria ser dito quando o País busca reencontrar a rota do crescimento sustentável, gerando renda que suporte de ações no campo social reiteradamente apontadas como imperativas e urgentes. Para quem já ouviu tudo isso em ocasiões anteriores, o que se espera agora é que, de fato, cada um dos pontos apontados seja objetivo permanente, entendido como única forma de o Brasil voltar a ser, de fato, potência emergente, caminhando para o grupo mais restrito dos países desenvolvidos.
Como disse o presidente da República em seu discurso de posse, temos todos os recursos e as melhores condições para alcançar esses objetivos, deixando de ser o País onde o futuro é sempre adiado.
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