EDITORIAL | Futuro pode ser melhor

A economia global, vencida a fase mais dura da pandemia, está numa fase de inflexão, o que torna obrigatório repensar conceitos e práticas que, se até há pouco eram tidas como as melhores, revelaram-se inadequadas. Trata-se de mudar para reduzir riscos e aumentar a eficiência, mudar para diminuir desigualdades que, tendo chegado a um ponto extremo, são desfavoráveis inclusive aos negócios. O Brasil está nesse contexto, mesmo que não se perceba, nos debates pré-eleitorais, real percepção com relação às mudanças que estão no horizonte e a oportunidade de discuti-las. Procurar entender o que vem pela frente, repensar, deveria ser algo obrigatório, assim como dos políticos deveriam ser esperadas as melhores respostas.
À falta delas chama atenção recentes estudos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), dos quais resultaram a apresentação de roteiro para recuperação e expansão, em bases sólidas e permanentes, da indústria nacional. Começando por lembrar que a participação do setor na formação do Produto Interno vem declinando, a Fierj assinala que as mudanças globais em andamento ou no horizonte constituem momento adequado para que também o Brasil construa seu roteiro de recuperação e inserção no novo contexto. Um mundo ideal em que produtividade e competitividade seriam as chaves do sucesso. Tudo isso tendo como suportes o ambiente de negócios, disponibilidade de infraestrutura, capital humano e eficiência do Estado. Para os autores do trabalho, a produtividade, entendida como a melhor capacidade de transformar insumos em bens e serviços, é condição essencial para que os objetivos pretendidos sejam alcançados. Tudo isso num contexto em que novas e avançadas tecnologias serão condutoras de transformações em todos os aspectos da vida.
Mais que pertinentes e oportunas, são questões que vão muito além dos estreitos limites dos palanques, de campanhas eleitorais ou, mesmo, de ações de governo. O que a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro está colocando é comparável a um projeto de Estado, como tal permanente e independente do pedalo da política. Assim deve ser entendido, longe de interesses corporativos e, portanto, limitados. Nele podem ser percebidas as linhas iniciais de um projeto para o Brasil, ao qual devem ser incorporadas as opiniões, sugestões e mesmo demandas dos verdadeiros protagonistas da vida nacional.
De quem pensa o futuro, percebe as mudanças que estão a caminho, aponta distorções por corrigir e continua acreditando que nosso País tem condições de ser protagonista.
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