Opinião

EDITORIAL | Horizonte de oportunidades

EDITORIAL | Horizonte de oportunidades
Crédito: Freepik

Enxergar a linha do horizonte, no mundo, é tarefa ainda impossível diante do pouco que a ciência sabe sobre a Covid e, consequentemente, sobre a pandemia, sua duração e, sobretudo, seus efeitos. As perguntas para as quais não existem respostas são cruciais e este é um problema que se coloca para todo o planeta, seja na dimensão sanitária, seja na dimensão econômica e, como muitos já imaginam, diante da perspectiva de que o choque poderá determinar mudanças cruciais no modo de vida e nas relações coletivas.

Um recomeçar não se sabe exatamente quando, mas, se o sofrimento gerar bom senso, numa direção melhor. Tudo isso no entendimento elementar de que, se houver mais equilíbrio, serão também maiores as possibilidades, possibilitando o uso mais inteligente dos recursos e dos conhecimentos que a humanidade acumulou ao longo da existência.

Resumindo, mesmo que estas ideias não sejam consensuais, existem motivos para acreditar que, vencida a tempestade, haverá espaços para a bonança. Nessa linha, e de forma mais concreta, são dignos de atenção estudos que começam a surgir, relativos à recuperação da economia global, num movimento evidentemente liderado por Estados Unidos e China, cuja retomada do crescimento impactará todo o planeta. E não é para a linha do horizonte que os olhares estão voltados. As duas maiores economias do planeta poderão crescer, ainda este ano, entre 6% e 7%, iniciando um ciclo que poderá perdurar pelos próximos anos, com crescimento da demanda global que, estima-se, pode fazer a “virada” mais rápida e mais forte.

Algo que diz respeito muito diretamente ao Brasil, hoje tão sofrido e vazio de esperanças. As análises que vêm de fora sugerem o contrário, apontando um contexto em que a demanda de commodities agrícolas e minerais será acelerada, com expectativa de valorização substancial de produtos como minério de ferro, petróleo, soja, açúcar e café, além de proteínas animais, produtos que têm grande peso na pauta de exportações brasileira. Uma possibilidade tão real quanto a constatação objetiva de que nos últimos doze meses a valorização da tonelada de minério de ferro chegou aos 100%.

Cabe ao Brasil e aos brasileiros perceberem as oportunidades que estão no horizonte, sabendo fazer as escolhas certas para delas tirar o melhor partido. Algo que diz respeito tanto ao comércio quanto à perspectiva de investimentos, nutrida pelo excesso de liquidez mas limitada pela falta de projetos que sejam ao mesmo tempo seguros e atraentes. Também nesse aspecto a posição brasileira é, ou pode ser, privilegiada, faltando ser capaz de demonstrar ao mundo ser capaz de oferecer um ambiente acolhedor e oportunidades que não estão presentes em outras latitudes.

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