EDITORIAL | Integração é essencial

Em recente entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o prefeito Marcelo Dieguez, de Nova Lima, colocou entre as maiores dificuldades do município a questão da mobilidade. Ele lembra que as condições atuais, principalmente no que toca ao acesso a Belo Horizonte, são insatisfatórias e enumerou intervenções que estão em estudos ou encaminhadas, visando remover os gargalos existentes. Independentemente do que possa ser feito por iniciativa própria, chama atenção que o prefeito tenha deixado de mencionar ações a serem desenvolvidas em conjunto com o município de Belo Horizonte ou, mais amplamente, com outros integrantes da Região Metropolitana, cujas questões são de interesse comum.
Caminhar nesta direção e com uma visão mais ampla nos parece de todo fundamental, a rigor não havendo possibilidade de que qualquer ação isolada, desconectada do conjunto possa levar aos frutos desejados. Formalmente, já existem mecanismos de integração que, no entanto, permanecem entorpecidos, permanecendo querelas que em nada contribuem para melhores resultados. Por outro lado, somando esforços e seus respectivos recursos, evidentemente poderá ser feito mais, com custos diluídos e provavelmente menores. Tudo tão óbvio quanto fácil de compreender.
Os municípios que integram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais de duas dezenas, por óbvio fazem parte de um mesmo e único conjunto, em que a conturbação torna irreconhecíveis quaisquer divisas, havendo pontos em que não há como determinar quem exatamente deve responder, por exemplo, pela coleta de lixo. De um lado da rua seria Contagem, do outro Betim, algo que se repete em inúmeros outros pontos, gerando impasses em que a solução começa com entendimento e boa vontade. Numa escala maior, os problemas são também maiores como bem demonstram as dificuldades recentes com relação à definição do traçado do Rodoanel, que permanecem pendentes.
À frente, com o adensamento habitacional, as dificuldades poderão ser ainda maiores, gerando também redundância nas atividades públicas, além de perda de eficiência, o que já é notado, até apontado. São discussões, no entanto, ainda bastante tímidas, distantes de ações concretas ou compartilhadas como o mero bom senso recomenda.
Para o futuro é de se esperar. É na realidade essencial que esta chave seja virada, com cada prefeito compreendendo que não está sozinho e não pode trabalhar sozinho, o que compromete resultados e adia soluções.
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