EDITORIAL | Mais perto do futuro

Em recente passagem por Belo Horizonte o ministro Alexandre Silveira, que ocupa a pasta de Minas e Energia, sendo o único mineiro com posição no primeiro escalão da administração federal, detalhou as atividades da pasta, cuja atuação alcança mais de 50% da economia nacional. São áreas estratégicas, lembrou em entrevista a este jornal, fundamentais para garantir crescimento sustentável e com desejável autonomia, vistas portanto como prioritárias e nas quais Minas Gerais teve e continuará tendo posição de destaque. E tudo isso no entendimento de que é a única forma consistente de combater a miséria, fome e desigualdade por meio da geração de emprego e renda de qualidade.
Mudanças recentes na geopolítica global, depois da pandemia e do conflito entre Rússia e Ucrânia, fizeram ver que questões como segurança alimentar e segurança energética devem ser vistas numa perspectiva estratégica diferenciada, com grau mais elevado de autonomia. Nesse sentido a posição do Brasil é bastante singular, seja pela condição de grande produtor de alimentos, seja pela disponibilidade de fontes de energia, inclusive as renováveis. Aí estão também as maiores oportunidades, enxerga, com propriedade, o ministro de Minas e Energia. A produção de fertilizantes está nesse contexto, com a possibilidade de utilização do gás natural para aumentar a oferta e diminuir a competição no que diz respeito à amônia, ureia e nitrogenados, assim como a disponibilização de potássio e fosfato, hoje importados em larga quantidade.
Com relação à mineração o ministro propõe uma abordagem mais ampla, com foco para além do minério de ferro, que necessariamente não representa a potencialidade mais atraente do País. Hoje está sendo discutido o incremento de atividades de prospecção e exploração do nióbio e do lítio no Vale do Jequitinhonha, com potencial para transformar a região no que chama de “Vale das Oportunidades”. Potencialidades que não são únicas em termos de mineração no Brasil e que precisam ser vistas e discutidas.
Outro ponto destacado por Alexandre Silveira diz respeito às fontes renováveis e limpas de energia, em especial solar e eólica, em que a maior parte do território nacional oferece condições bastante favoráveis. Tudo isso pode ser o principal suporte, ou impulso, que sustente mecanismos para assegurar a reindustrialização do País. Estamos apontando o caminho mais curto para a geração de emprego e renda, como forma permanente de combater e suprimir as desigualdades sociais do País, resumiu. Em síntese, com políticas inteligentes o futuro pode estar mais próximo do que se imagina.
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