Opinião

EDITORIAL | O caminho que convém

EDITORIAL | O caminho que convém
Crédito: Freepik

O presidente Lula já disse que seu primeiro e mais urgente objetivo é acabar com a fome no País, garantindo que todos os brasileiros possam tomar o café da manhã, almoçar e jantar. De imediato, já que a fome não pode esperar, com programas emergenciais, de atendimento direto aos que não têm como pagar um prato de comida. Olhando mais à frente, assegurando meios para que o Brasil e os brasileiros possam melhor aproveitar todo o seu potencial, gerando riquezas que signifiquem prosperidade para todos. A receita nos parece bem colocada, resta executá-la, começando pelo entendimento de que nessa marcha não existem perdedores.

Persistem, no entanto, os que temem mudanças, no entendimento de que dar para um significa tirar de outro. Um falso dilema ou de conveniência, claramente desmentido no curto período em que a renda média foi elevada e houve mínima desconcentração. O suficiente para expandir o consumo, elevar a classe média a um outro patamar, mesmo que para alguns tudo isso não tenha passado do incômodo de ver aeroportos transformados em algo comparável a rodoviárias. Cresceu a renda, cresceu o consumo, a vida melhorou e tudo isso foi bom, muito bom, para os negócios.

É preciso lembrar por outro lado que em 2008 a economia mundial sofreu um forte abalo que só não se transformou em catástrofe porque os países ricos injetaram bilhões de dólares no seu sistema financeiro, que havia sido sufocado pela especulação, então definida como ensandecida. Diante do desastre, proclamava-se que era preciso mudar, que os recursos disponíveis deveriam ser desviados da especulação financeira para a produção, esta sim capaz de gerar riquezas palpáveis e permanentes. A ilusão da racionalidade durou pouco, não tendo resistido aos primeiros sinais da recuperação induzida.
Tudo isso parece esquecido, as questões são outras, mas valerá a pena, para aqueles que de fato querem acertar, entender, na perspectiva do interesse brasileiro, que necessariamente não é preciso esperar que o mundo mude para que possamos também mudar. Em português bem claro, o esforço capaz de mover o País deve estar focado na indústria, onde estão os empregos de mais qualidade e renda, onde existe a possibilidade bastante real de agregar valor às commodities que deixam nossos portos em estado bruto. Quem duvida, quem acha difícil, então que compare a renda do Brasil, maior exportador mundial de café, com o que ganha a Alemanha, que não tem um único pé da planta mas é o maior processador mundial de café.

Duvidar, só com más intenções ou por não entender que falamos de um programa de Estado, permanente, não de programa de partidos políticos ou de governos.

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