Opinião

EDITORIAL | O futuro que nos aguarda

EDITORIAL | O futuro que nos aguarda
Crédito: Alisson J. Silva / Arquivo DC

As chuvas ainda teimosamente escassas prometem, para o final do ano, dificuldades adicionais no que toca ao suprimento de energia elétrica, com perspectivas nada boas, o que inclui também o fornecimento de água tratada.

Problemas sérios e que poderiam ser ainda piores caso o País não estivesse enfrentando, desde o início da segunda década do século, um processo de regressão econômica e consequente redução da demanda.

Ele se aplica aos transportes e à mobilidade, onde não se confirmaram os investimentos previstos, fundados em concessões que ou andam mal ou simplesmente não se concretizaram.

Há pouco nos ocupamos do tema, chamando atenção para as carências existentes que resultam, além da falta de recursos, também da falta de planejamento e gestão. São circunstâncias em que dizer que paramos no tempo pode ser tomado como posição otimista.

Melhor lembrar que os caminhoneiros, dos quais o País se tornou uma espécie de refém, voltam a ameaçar paralisação, sem que se lhes possa negar o direito de protestar contra a escalada dos preços do óleo diesel. Tudo isso talvez faça agentes públicos entenderem que o futuro desejado para o País passa necessariamente pelo transporte sobre trilhos ou que há muito rodovias e caminhões deixaram de ser símbolo de modernidade.

Um olhar diferente, na realidade obrigatório, leva ao entendimento de que um país de dimensões continentais, que expande suas fronteiras agrícolas e tem pretensões de fazer o mesmo com as indústrias, precisa do transporte sobre trilhos para ganhar escala e competitividade.

Tanto mais se considerado o intenso processo de urbanização acontecido a partir da segunda metade do século passado, faz do transporte de massa, ou dos metrôs, o único suporte possível para as necessidades de mobilidade. Assunto, vale lembrar, que trouxe o presidente Bolsonaro a Belo Horizonte na semana passada exatamente para renovar promessas de ampliação do sistema de transporte de massa da cidade.

São planos e promessas que se renovam, trazendo esperança e, pelo menos, a expectativa de movimento na direção correta. Cabe esperar que significa também o entendimento de que, mesmo com enormes dificuldades à frente, no horizonte está a recuperação, com mais investimentos, mais produção, renda e consumo, numa escala para a qual ou nos preparamos, recuperando e expandindo toda a infraestrutura de suporte a este novo ciclo de crescimento, ou seremos frustrados pelo fracasso.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas