Opinião

EDITORIAL | O melhor a ser feito

EDITORIAL | O melhor a ser feito
Crédito: Washington Alves/Reuters

Depois de longas discussões, propostas e contrapropostas, foi finalmente assinado o acordo entre a mineradora Vale e o Governo do Estado, com intermediação da Justiça, fixando reparações pelos danos causados pelo rompimento de uma das barragens da empresa em Brumadinho, há pouco mais de dois anos.

O governo mineiro esperava mais, pensava num valor superior a R$ 50 bilhões, mas acabou aceitando R$ 37 bilhões, ainda assim o mais alto valor alcançado em litígios dessa natureza em todo o mundo. Muito dinheiro, mas ainda assim um conceito muito relativo, posto ser impossível fixar valor para todos os danos a reparar. Vale ressaltar que as ações individuais, aquelas relativas a perdas humanas ou patrimônio particular, correm em paralelo, sem nenhuma relação direta entre os dois feitos.

É bom, muito bom, que essa etapa seja cumprida e agora trata-se de garantir bom ao reforço que chega ao Caixa do Estado, implicando ações, investimentos que favoreçam a população da região, especialmente no sentido de criar alternativas econômicas ao não muito distante esgotamento da atividade minerária.

Declaradamente esta é a postura, ou compromisso, do governador Romeu Zema, que já anunciou que 30% dos recursos auferidos serão destinados a benefícios diretos à população de Brumadinho e antecipou entre as grandes obras a construção – finalmente! – do Rodoanel, com ênfase no trecho Sul que, simplificando, ligará a cidade ao trevo com a BR-040, facilitando também o acesso ao trecho que seguirá na direção Norte.

É preciso lembrar que Brumadinho abriga o Instituto Inhotim, maior museu a céu aberto no planeta e referência internacional reconhecida, já apontada como a principal quando se fala em Brasil. Lembrar também que o grande problema de Inhotim, hoje principal destino para turistas estrangeiros que vêm a Minas, é justamente o acesso. Superada essa dificuldade, o que o Rodoanel garante, grandes e diversificados projetos turísticos para a área poderão finalmente frutificar, com benefícios econômicos mais que relevantes para todo o Estado.

Assim deve ser, numa lógica elementar, ao contrário do que imaginam alguns ecologistas mais exacerbados, que só parecem enxergar os danos ambientais, perdendo de vista que a falta de trabalho e renda continua sendo, para os sobreviventes da tragédia de Brumadinho, a maior das perdas a reparar. Cabe agora esperar que tudo aconteça conforme programado e anunciado.

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