Opinião

EDITORIAL | O poder é do eleitor

EDITORIAL | O poder é do eleitor
Crédito: Reprodução TSE

Vai chegando a hora de votar, escolher e, se possível, ajudar a apagar os erros que os próprios eleitores cometeram. Em Londres, e sem se dar conta que comício definitivamente não combina com luto nacional, o presidente Bolsonaro declarou que espera vencer ainda no primeiro turno, demonstrando que pelo menos da boca para fora continua considerando pesquisas de opinião algo que não merece ser levado em conta. Do lado de cá do Atlântico a conversa é outra, havendo chance de que o candidato do PT ganhe na primeira etapa da votação e, em torno dessa possibilidade, ganha força a teoria do voto útil, assunto dominante nas conversas.

Nada indica que possa acontecer, nessas duas semanas até o dia da votação, qualquer coisa lícita que possa alterar o que é esperado. No plano da normalidade, simplesmente não há tempo para uma virada capaz de inverter os gráficos que têm sido publicados todos os dias. Da mesma forma que não existe chance de que os candidatos que ocupam a terceira e quarta posições na corrida ganhem fôlego para fazer o inesperado acontecer, por mais que a sua propaganda ainda tente convencer do contrário. São os fatos e a realidade tal como se apresenta, tornando ainda mais intrigantes as declarações, em Londres, do presidente que busca um segundo mandato. Que não seja uma tentativa de preparar caminho para solução fora das “quatro linhas” ou para retornar a arenga de que o processo eleitoral, as urnas eletrônicas não são confiáveis.

Melhor que não seja nada disso, melhor, apenas uma daquelas situações em que ele próprio diz que no calor dos acontecimentos perdeu o senso da realidade. Afinal, se são diminutas as chances de que o País possa sair da normalidade, não há como deixar de perceber o que significa o convite do presidente para que seus aliados mais convictos se transformem num exército particular, algo que ajuda a perceber a motivação quase obsessiva de facilitar a venda de armas. Vamos esperar, vamos torcer para que, afinal, como aconteceu no Dia da Independência, fique o dito pelo não dito.

Isso posto, resta apelar aos eleitores que declaram, majoritariamente, ter feito suas escolhas principais, que tenham em mente, como dissemos tantas vezes, que não é menos importante a escolha dos candidatos que buscam vaga no Legislativo. Que sejam os melhores nomes, os mais equipados para suas importantes funções e que guardem a coerência com o voto majoritário, entendendo que fortalecer o nome escolhido, garantindo que ele tenha o necessário suporte parlamentar, é forma correta de garantir a governabilidade, assim banindo da política os acordos cimentados por interesses e ao preço da corrupção que não tem fim.

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