Opinião

EDITORIAL | O preço da reconstrução

EDITORIAL | O preço da reconstrução
Crédito: Bruno Domingos/Reuters Usada em 16-07-19 Usada em 14-06-19 Usada em 10-05-19 Usada em 28-08-19 Usada em 16-10-19 Usada em 07-11-19 Usada em 28-11-19 Usada em 14-01-20 Usada em 04-03-20

Na saúde, uma “gripezinha” e na economia, tomando emprestada a definição de outro presidente em outra ocasião, uma “marolinha”. Tal conclusão nos parece apropriada, no que toca à economia, diante das providências adotadas para enfrentar as consequências da quarentena que já há mais de um mês congelou as atividades econômicas.

No planeta, segundo previsões dos organismos apropriados, teremos à frente recessão comparável à ocorrida no final dos anos 20 e para impedir que o desastre possa ser ainda maior, levando o desemprego, por exemplo, a proporções de uma outra calamidade, falou-se até em um novo Plano Marshall, como aquele que depois de 1945, ao final da Segunda Guerra, tornou possível – e rápida – a reconstrução da Europa Ocidental. Valores como até um trilhão de dólares já foram mencionados como destinados a essa empreitada.

Algo, parece, apenas para o clube dos muito ricos, que assim preservarão seu status, sem o entendimento de que um processo de nivelamento ajudaria a alargar mercados, a gerar negócios dos quais eles próprios seriam os maiores beneficiários, além de minimizar riscos potencialmente explosivos, bem evidentes por exemplo no processo de migração no Norte da África para a Europa.

Gente que não gostaria de sair de suas terras e de suas casas, mas que acabou sendo expulsa pela miséria e falta de oportunidades. Tanto em bases econômicas quanto humanitárias, criar condições para seu retorno seria a saída mais inteligente e as mudanças que estão no horizonte encerram essa oportunidade. Estamos pensando no novo realmente novo. E melhor.

Para o Brasil, tomado isoladamente, a tarefa tende a ser mais difícil e disso falam os mesmos organismos internacionais, que já disseram que desse lado do mundo o tombo será maior e a recuperação mais lenta.

Em Brasília, nos círculos de decisão e de poder, parece que a ficha ainda não caiu, já estando suficientemente claro que os recursos mencionados como destinados ao socorro da produção, do emprego e do consumo, ao que tudo faz crer estão muito aquém das necessidades e, pior, ainda não chegaram ao mundo real. Um único e definitivo exemplo, retirado das páginas desse jornal: a linha de crédito emergencial operada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e destinada a ajudar pequenas e médias empresas, que estão paradas, a pagarem os salários de seus empregados, teve aprovada até agora apenas 1% da dotação orçamentária.

A informação é do próprio banco, que ainda festeja a redução, esta semana, da taxa básica de juros (Celic) a 3% ao ano, porém sem esclarecer onde exatamente, no País, o interessado poderá tomar crédito a este custo.

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