EDITORIAL | O roteiro a ser copiado

Para enfrentar os problemas que tem pela frente no plano econômico, que não são poucos, o Brasil tem, a rigor, uma única saída que é promover o crescimento econômico. Trata-se, por elementar, de gerar riquezas que possibilitem o reequilíbrio das contas públicas e a realização de investimentos essenciais, a começar daqueles que retirem os brasileiros da miséria absoluta, que atendam as urgências de áreas mais sensíveis, como saúde e educação e possibilitem a recuperação da infraestrutura, em condições de atender demandas do próprio crescimento. Equilíbrio, sustentabilidade e, também, redução das desigualdades. Não tem outro caminho.
Nos últimos anos, décadas na realidade, o País caminhou em marcha à ré em parte exatamente porque teimou em não reconhecer a receita elementar, preferindo seguir caminhos que atendem a outro tipo de conveniências. Dessa opção resultou, além do encolhimento da economia, redução da renda, produção e consumo, um endividamento que, literalmente, estrangula o país, sendo suficiente lembrar, a respeito, que somente no corrente exercício serão pagos, por conta do serviço da dívida pública, pouco mais de R$ 800 bilhões, de longe, muito longe cabe ressaltar, a maior das contas que chegam ao Tesouro Nacional.
Não é preciso muita inteligência para compreender que conhecer a realidade é o primeiro passo para que se possa modificá-la. Não nos parece, entretanto, que este seja também o entendimento do grupo que, em Brasília, trabalha na formatação do futuro governo e, por suposto, vai desenhando seu programa de ação. Enquanto isso prossegue, explícita e sem nenhum tipo de pudor, a pressão do “mercado”, mais interessado na manutenção de condições que suportem a especulação financeira enquanto desconsideram que fundamentais na realidade são os investimentos produtivos, aqueles que geram e não consomem riquezas, caminho das transformações há tanto reclamadas, a começar pelo crescimento da oferta de emprego e renda.
Um pouquinho de conhecimento da história recente do País, a visão de seus sucessos e seus fracassos, perceberá que o que está dito nos parágrafos anteriores necessariamente nos remete ao presidente Juscelino Kubitschek, reconhecido por ter conduzido o momento mais alto da administração pública no País, e a linha que adotou para em 5 anos realizar o que em outras condições demandaria tempo 10 vezes maior.
Seu exemplo, cultuado mais por demagogia que como algo a ser repetido, permanece e bem poderia ser o ponto focal das pessoas, técnicos e políticos, que justamente em Brasília, a obra apontada como delírio mas que JK realizou, nesse momento tem a responsabilidade, queiram ou não, de devolver o futuro aos brasileiros.
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